segunda-feira, 25 de março de 2024

Sabia que não é qualquer AirPod que suporta carregamento sem fio?

Comecei meu processo de entrada no mundo da Apple há algum tempo. Por consequência, minha aquisição mais recente foi um AirPods de 2ª geração. Cheguei em casa todo feliz, e logo depois de conectar ele no iPhone e depois no iPad para testar, fui até meu carregador sem fio e larguei ele na base. Nada aconteceu. Achei bem estranho, pois tinha certeza absoluta de que seria possível recarregar o estojo – tanto faz se com os fones dentro ou não – utilizando a tecnologia MagSafe. Porém, nada feito. 

Como eu pensei que pudesse estar com algum problema no carregamento, conectei no carregador de tomada utilizando o cabo Lightning e não identifiquei nenhuma luz indicando que a carga estava em andamento. Pelo que eu já havia visto em fotos, deveria haver um LED na parte frontal do estojo, mas nada acendeu. Então, eu já estava concluindo que havia recebido uma unidade com problemas, quando percebi, ao conectar novamente no iPhone, que o percentual da bateria do estojo havia aumentado em relação há alguns minutos, na primeira vez em que fiz a conexão. Sendo assim, percebi que não havia problemas com o mecanismo carga.

Contudo, ainda estava intrigado com a ausência do LED externo, que deveria indicar o status de carregamento. Além, é claro, de não ter conseguido recarregar utilizando minha estação de carregamento.

Comecei a pesquisar, e descobri que existem estojos de carregamento compatíveis com MagSafe (para carga sem fio), assim como existem estojos que só carregam pelo cabo Lightning. Eu comprei na iPlace, mas fui olhar no site da Apple e em relação aos AirPods de 2ª geração, não há a opção de comprá-los já com o estojo para carregamento sem fio.

AirPods de 2ª geração no site da Apple

Quando se trata dos AirPods de 3ª geração, aí eles até oferecem a alternativa de já comprar com o estojo compatível com MagSafe.

AirPods de 3ª geração no site da Apple

Para quem comprar os AirPods de 2ª geração, eles também oferecem o estojo de carregamento sem fio para venda de forma separada.

Estojo MagSafe para AirPods

E quanto ao LED indicador de carregamento, pelo que identifiquei, realmente o estojo não possui uma sinalização externa. Há apenas um LED interno, que quando a tampa é aberta e tem carga, fica na cor verde, e ainda com a tampa aberta, mas com o estojo conectado na carga, o LED muda de cor, ficando vermelho. Sendo assim, este LED serve para luz indicativa de carga. Caso o estojo fosse o modelo compatível com MagSafe, haveria um LED externo.

LED indicador estojo carregamento AirPods de 2ª geração

Na foto da esquerda, mostro um Samsung Galaxy Buds 2 (que custa quase metade do valor dos AirPods e que o estojo de carregamento é compatível com a tecnologia sem fio). Na direita, mostro a tentativa de carregar o AirPods de 2ª geração, antes de saber que existem dois tipos de estojo: MagSafe ou apenas Lightning.

Confesso que me senti frustrado com a situação. Eu sei, foi culpa minha. Eu deveria ter pesquisado antes. Admito também que o carregamento sem fio é um detalhe muito insignificante. Entretanto, eu queria esta possibilidade e um fone de qualidade (que não fosse intra-auricular, pois nunca me acostumei com estes modelos). Não tenho dúvidas de que comprei um bom fone, porém, vou ficar sem o carregamento sem fio. Não vou gastar o preço que a Apple pede por um estojo MagSafe separado.

P.S.: Depois de toda a descoberta, entendi porque em muitos anúncios – como o caso da iPlace, onde comprei os fones – enfatizam o carregamento Lightning. Só não deixam claro que é apenas Lightning. Provavelmente esperam que quem está comprando saiba que este é o padrão, e se não fala de MagSafe, é porque não tem.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Cinco mitos e verdades sobre fotógrafos

No ano retrasado (2022), minha esposa decidiu fazer um curso de fotografia – pois é algo que ela sempre gostou e de certa forma já fazia como hobby – mas desde então ela vem investindo esforços para empreender no ramo. Eu tenho observado de perto todo o esforço e dedicação dela, levando em conta que não é uma jornada fácil, e justamente por isso, gostaria de trazer cinco possíveis mitos sobre fotógrafos – que normalmente pessoas leigas como eu, antes de acompanhar um pouco mais de perto estes profissionais –, talvez acabem acreditando por desconhecer do assunto.

1. Ninguém com um celular irá substituir um fotógrafo

Tenho a impressão de que muita gente acha que contratar um fotógrafo não compensa – financeiramente falando. Até porque, os celulares de hoje em dia, já possuem câmeras tão avançadas que são capazes de tirar fotos excelentes. Sobre a qualidade das câmeras dos celulares, sim, isso é fato. Comparado ao que tínhamos 10 ou 15 anos atrás, quando os celulares com câmera estavam ganhando mais maturidade, atualmente temos combinações de hardware e software muito mais potentes e que fazem um belo trabalho com o registro de fotos.

Câmera de celular | Unsplash

Entretanto, imagine a situação: alguém decide fazer uma festa de aniversário para seu filho e para economizar, pede a algum parente ou amigo para registrar as fotos utilizando um celular – que seja um iPhone, para nivelar a qualidade da câmera bem para cima. Agora surgem os questionamentos: (1) Será que essa pessoa que ficou responsável pelas fotos irá conseguir capturar os momentos certos? (2) Será que as fotos terão um bom enquadramento? (3) Será que estará sendo levado em consideração a iluminação do ambiente? (4) Será que a pessoa irá saber lidar com a abordagem certa de direção (ex. cuidar para que quem está sendo fotografado esteja sorrindo, com olhar atento para a câmera, bem posicionados, sem objetos desnecessários ou que não façam parte da decoração aparecendo). (5) Haverá curadoria e edição posterior das fotos com entrega em alta qualidade?

O exemplo acima foi de um aniversário, porém, poderia ser qualquer outro evento ou até mesmo um ensaio personalizado, como ainda, um ensaio de Natal, ensaio de gestante, ensaio de casamento, ensaio corporativo e por aí vai. 

O fato é que uma pessoa com um celular – por melhor que seja a sua câmera – não terá os mesmos cuidados que um fotógrafo. Acredite!

2. A câmera do fotógrafo não faz todo o trabalho sozinha

Já ouvi pessoas mencionando a seguinte frase: "Com uma câmera dessas não tem como a foto ficar ruim!". Na verdade, tem sim. Fotógrafos utilizam suas câmeras sempre no "modo manual". O que quer dizer que eles preferem ter o domínio pleno das configurações para registrar uma foto. Fazem ajuste de velocidade, abertura da lente, dentre várias outras coisas, tudo manualmente. Não gostam e nem mesmo são orientados nos cursos de capacitação que fazem a utilizar suas câmeras no "modo automático". Mas por quê? Porque fotografia é uma arte e como todo artista, os fotógrafos querem que suas criações sejam exclusivas, não permitindo que a câmera controle o que eles devem controlar.

Além disso, fora o trabalho da câmera, há também muita técnica envolvida, que vai desde a capacidade de capturar o momento certo até questões de enquadramento, olhar e direção.

Sendo assim, alguém que não sabe utilizar uma câmera – por melhor que ela seja – e que não tenha as habilidades de um fotógrafo, não fará fotos boas com este tipo de equipamento.

3. Ter apenas a câmera como equipamento não é suficiente

Qualquer equipamento de fotografia é algo muito caro e ter apenas a câmera não é o suficiente. Após adquirir a câmera, o fotógrafo precisa investir em diferentes opções de lentes para substituí-las na sua câmera (cada lente tem um uso específico, sendo algumas recomendadas apenas para ambientes internos e outras para utilizar durante a noite, por exemplo). Em adição a isso, há o equipamento de iluminação, como flashes e softboxes, ilha de edição (ex.: um computador com configuração específica para tratamento de imagens, um monitor externo de conferência das imagens com a tecnologia IPS e pacote de licenças para os softwares de edição), artigos diversos para uso nos ensaios (ex.: fundo fotográfico, peças decorativas, roupas e acessórios), contratação de cursos e workshops para capacitação constante – todo o bom fotógrafo precisa se manter em constante evolução e isso também tem um preço – e a contração de serviços de hospedagem, para um site ou portal onde os clientes poderão fazer a escolha e a coleta das suas fotos.

Equipamentos de Fotografia | Unsplash

Apesar da intenção neste ponto não ser chamar a atenção para o preço do serviço profissional de um fotógrafo, compensa lembrar que no valor passado em um orçamento está sendo levado tudo isso em conta. Afinal, muito investimento é feito – constantemente –, por isso, apesar do preço variar conforme o fotógrafo entenda que seu trabalho vale, certamente está levando em consideração todo o custo operacional ao informar o valor final para um cliente.

4. O trabalho do fotógrafo não acaba no evento

Depois da cobertura do evento, quando o fotógrafo registrou todos os momentos possíveis com fotos, seu trabalho não acabou. Quando ele chega em casa, a primeira coisa que faz é descarregar no computador todas as imagens salvas no cartão de memória da sua câmera. E a partir daí há uma etapa que pode levar dias – dependendo do tempo disponível para se dedicar a isso –, que consiste na seleção das fotos, tratamento e entrega para o cliente. Muitos ajustes são feitos na hora da edição, já que por mais que se tente controlar vários fatores no momento do registro, sempre há algo a ser corrigido ou aprimorado. E este trabalho é feito foto por foto.

Edição de Imagem | Unsplash

Por mais que se possa contar com o auxílio de recursos de inteligência artificial ou mesmo "presets", que são templates de configuração aplicáveis nas fotos, de qualquer maneira, cada foto é única e não é possível generalizar todos os ajustes a serem realizados.

5. Não são apenas fotógrafos famosos que fazem boas fotos

Pode ser comum as pessoas pensarem: "OK, vamos investir em um fotógrafo profissional, mas tem que ser um bom! De preferência, aquele(a) famoso(a), que tem milhares de seguidores nas redes sociais e uma agenda superconcorrida.". É evidente que quando se está pagando, deseja-se uma entrega de qualidade. E sim, fotógrafos mais experientes e mais conhecidos, normalmente cobram mais que fotógrafos menos conhecidos. Contudo, fotógrafos são artistas. Nenhum será igual ao outro. Cada um tem a sua abordagem e o seu estilo. Portanto, um fotógrafo menos famoso é tão competente quanto um mais famoso, e vale a pena sim considerá-lo nas opções para contratação.

Considerações

Gostaria de lembrar que quando o assunto é fotografia, eu sou leigo. Como disse no início do post, minha esposa é quem está iniciando sua trajetória no ramo e tudo que descrevi acima é baseado no que eu tenho observado em relação ao trabalho dela. Estou incentivado bastante ela e ajudado como posso nessa empreitada.

Alguns trabalhos onde acompanhei a Bianca

Como já mencionei, acredito que fotografar é uma arte, como desenhar ou pintar um quadro. Não é qualquer um que faz. Por mais que a pessoa tenha acesso a uma tela em branco, se ela não sabe desenhar ou pintar, não fará algo bonito. Creio que fotografar é assim. É um dom. Se a pessoa que o possuir tiver acesso as ferramentas certas, certamente irá registrar lindas fotos e seu trabalho vai brilhar.

Se você se interessou e desejar conhecer o portfólio de trabalhos que minha esposa está construindo, poderá encontrá-lo em www.biancalemosfotografia.com.br.

sábado, 17 de fevereiro de 2024

As 4 Revoluções Industriais

Há algum tempo, eu tinha pensado em escrever um artigo por aqui falando sobre a 4ª Revolução Industrial – ou Revolução Industrial 4.0, também chamada de Indústria 4.0 –, que trata-se do momento atual da indústria, com a chegada de diferentes tecnologias, como inteligência artificial, computação em nuvem, internet das coisas e aumento na maturidade nos controles e automações de processos. Até já havia separado algumas referências para isso, mas no fim, acabou passando a motivação e não produzi. Talvez um dia ainda escreva, pois é um assunto do meu interesse.

Entretanto, dias atrás eu resolvi pesquisar sobre Revolução Industrial e cheguei em um texto bastante simples, mas bem objetivo. A partir disso, pensei que seria bacana fazer um desenho dessa evolução, trazendo os principais períodos e pontos chave do tema.

As 4 Revoluções Industriais

Eu não consigo pensar em Revolução Industrial sem associar mentalmente a imagem de pessoas quebrando máquinas 😅. É engraçado e triste ao mesmo tempo. Mudanças podem causar aversão e revolta, mas fazem parte da evolução natural da tecnologia. Contudo, o que me deixa intrigado é imaginar qual será a 5ª Revolução do próximo século 🧐?

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024

Quando conectar o computador na internet era uma opção

Não que hoje deixe de ser – continua sendo uma opção utilizar um computador desconectado da internet –, mas o que a gente consegue (ou quer fazer) sem internet?


O ano era 2002 quando ganhei meu primeiro computador. Era de segunda mão. Um vizinho estava trocando o dele e vendeu o antigo para meus pais. Logo que compramos, meu pai perguntou se eu queria instalar internet e eu lembro que no auge dos meus 11 anos de idade, eu disse: "Não. Deixa eu aprender a utilizar o computador primeiro para depois ir para a internet.". Mas se não tinha internet, o que eu fazia com o computador?

  • Utilizando o Word, escrevi umas 12 páginas do que supostamente seria um livro de RPG, além de diversos outros pequenos textos aleatórios. Também digitava os trabalhos de escola, fazendo as pesquisas em livros.
  • No Paint, passava horas desenhando.
  • Utilizando o gravador do Windows, fazia narrações e depois ouvia usando o Winamp.
  • Jogava Campo Minado, Paciência, Pinball, dentre outros jogos terceiros, como Daytona Deluxe e POD: Planet of Death.
  • Ficava trocando os temas do Windows, o protetor de tela e o plano de fundo.

Computador com Windows 98 | Reddit

Bons tempos!


No ano seguinte, instalamos uma linha discada. Eu mal sabia abrir o Internet Explorer do Windows 98 e digitar um endereço na barra de pesquisas para acessar um site. Aos poucos fui aprendendo com pessoas e amigos que sabiam obviamente mais do que eu. Claro que mesmo com a internet instalada, nesta época, era um recurso apenas para o fim de semana, pois tratava-se de algo caro e que dependia da linha de telefone estar desocupada para utilizar. Portanto, ainda era mais comum utilizar o computador desconectado do que com internet.

Alguns anos mais tarde, quando eu já tinha meu segundo computador, meu pai aceitou instalar internet banda larga. Isso era lá em 2007. Quando fui à loja comprar um modem, o vendedor me ofereceu um modelo básico e que tinha um botão atrás para desligá-lo. Lembro que ele ainda comentou: "Caso você quiser só utilizar o computador sem internet, pode usar este botão.".

Meu primeiro modem ADSL | Redetronic

Em 2007, internet já era muito mais comum do que há 5 anos antes, com meu primeiro PC. Porém, veja que mesmo neste período, alguém ainda poderia pensar em não a utilizar.

Contudo, o que é possível fazer hoje em dia sem estar conectado na internet? 

Talvez o mesmo que fazíamos há 20 anos. Escrever, ler (desde que sejam textos salvos localmente), desenhar, jogar (contanto que sejam jogos offline), assistir vídeos ou ouvir músicas (desde que sejam mídias baixadas). Mas convenhamos: será que alguém – em pleno 2024 – liga o computador na expectativa de utilizá-lo sem conectar-se à internet? Tudo o que queremos fazer já é com a intenção de navegar. Parece que se perde totalmente o sentido estar com o notebook na mesa sem conexão com a internet. Trabalhamos com e para a internet. É como se não houvesse opção, mesmo sabendo que há.

sábado, 3 de fevereiro de 2024

O metaverso é o streaming na internet discada

Você já parou para pensar como seria assistir um filme ou uma série – por streaming – há cerca de 30 anos atrás? Certo, nesta época não existia Netflix, Amazon Prime, Disney Plus, Apple TV e etc, como conhecemos hoje, portanto, seria impossível experimentar. Mas vamos imaginar que algum maluco visionário resolvesse criar um produto destes e oferecesse a assinatura. Funcionaria? Óbvio que não! Há 3 décadas atrás a internet discada predominava. Os computadores se conectavam na rede mundial de computadores – termo utilizado pelos William Bonner para referenciar a internet no Jornal Nacional – utilizando placas de fax modem – que com sorte poderiam atingir 56 Kbps de velocidade. É impossível de comparar isso com as altas velocidades oferecidas nos dias de hoje. Era muito lento! Portanto, mesmo que alguém tivesse inventado o streaming, naquela época não iria funcionar!

Fax Modem | Trendnet

Hoje é mais ou menos assim com o metaverso. O termo metaverso se tornou buzzword principalmente depois do Mark Zuckerberg resolver mudar o nome das suas empresas para Meta em 2021, na intenção de de ser protagonista na condução deste tema nas relações humanas e corporativas. Porém, metaverso é algo que já existe há bastante tempo. Alguém aí lembra do Second Life? Se falava bastante dessa mistura de game com realidade virtual em meados de 2006/2007. Eu mesmo tinha uma conta e joguei algumas vezes. Muitas empresas falavam em ter seu espaço por lá e algumas até almejavam realizar processos seletivos e entrevistas com candidatos por meio deste local. Deu certo? Não. Por mais que nesta época já existia conexão de banda larga – muito mais rápida que a internet discada – e computadores com algum poder de processamento, a experiência era ruim.

Second Life | Tech Tudo

Depois do movimento do senhor Zuckerberg há quase 3 anos, meio que as empresas e o mercado começaram a olhar novamente para o metaverso. Com isso, até hoje, muita gente fica querendo empurrar esse negócio goela abaixo. Contudo, acredito que ainda não estamos prontos para esta experiência. Não tem tecnologia e as pessoas não querem e nem percebem sentido nisso. Quem usa – ou tenta usar – é porque quer surfar em uma onda que na verdade nem existe. Afinal, o que são aqueles óculos que você precisa colocar a cara dentro e ficar pendurado por um fio. Me admira a Apple lançar uma coisa dessas. Há também exemplos onde se cria um cenário estilo jogo PS1 e você cria um personagem tosco para ficar entrando e saindo de salas. E tem gente que chama isso de metaverso.

Apple VR | Apple

Existem algumas aplicações na indústria que parecem estar funcionando, mas eu não sei se realmente trata-se de metaverso. Parece apenas computação gráfica aplicada na prática. O que faz todo o sentido. No entanto, quando voltamos as atenções para interações humanas, nunca vi um case realmente de sucesso envolvendo metaverso. Não há aplicação prática que compense substituir uma operação tão simples quanto realizar um videoconferência pelo Google Meet, Microsoft Teams ou Zoom. Os meios adotados não justificam o que as pessoas querem – ou pensam estarem fazendo – hoje com o metaverso.

Apesar do meu ceticismo – e eu não estou sozinho – nesse momento, certamente não posso afirmar que o metaverso será sempre assim. Ninguém sabe. Talvez no futuro apareça – ou quem sabe até já exista – uma tecnologia ou aplicação que pode revolucionar o uso do metaverso. Mas no momento, pelo que percebemos, não acho que isto está sendo explorado.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Os celulares mais vendidos na história

Quem fez essa análise, montou o ranking e postou no seu Instagram foi o Arthur Igreja. Mas como me interesso pelo tema – mais ainda quando leva em consideração dados históricos e tecnologia –, acho bacana também compartilhar por aqui para fins de registro.

Os celulares mais vendidos na história | Instagram do Arthur Igreja

E falando em tempo e celulares, eu até já fiz uma timeline com todos os aparelhos que tive até hoje.

CORREÇÃO [19/maio/2024]: O gráfico apresentado foi originalmente construído pela VisualCapitalist. O Arthur apenas adaptou. Ele mencionou a fonte no post do Instagram. Eu não havia percebido. Agora que encontrei o mesmo gráfico em outro local, reparei nisso.

domingo, 21 de janeiro de 2024

A Inteligência Artificial é o novo Modelo Ágil?

Antes de qualquer coisa, gostaria de declarar que a percepção que exponho aqui nesse texto não se trata de fruto de uma grande pesquisa baseada em diversas análises. Também não é baseado em algo que uma figura relevante falou – talvez alguém até possa ter falado, mas eu não vi nada sobre isso. O que eu escrevo aqui, trata-se de uma percepção minha, baseado na minha vivência. Pode ser que você vai ler e não faça sentido algum, o que está tudo bem. Porém, talvez você vai concordar comigo, o que me faz pensar que minha visão tenha algum fundamento e isso seria interessante.

Modelo Ágil

Tenho a impressão de que há alguns anos – começando mais ou menos 5 ou 6 anos atrás – o termo da moda em muitas empresas – principalmente do ramo de tecnologia – foi agilidade, como um termo derivado do conceito de Modelo Ágil para desenvolvimento de produtos.

Parece que nesta época, toda a empresa queria dizer que estava se adaptando a esta nova realidade, muito por conta de um outro tema chamado de Transformação Digital, que foca na automação de processos, colocar o cliente no centro e adaptação rápida as mudanças. A onda da agilidade adentrou as companhias, começando pelas equipes de desenvolvimento de software – e por consequência produtos – e depois foi contagiando as demais áreas da TI – e até mesmo fora dela – chegando em outros departamentos, como Administrativo, Finanças e RH, por exemplo.

O Manifesto Ágil – que de certa forma originou o Modelo Ágil – não é algo recente. Foi instituído em 2001, mas as empresas resolveram falar mesmo disto quase duas décadas mais tarde.

Na maioria das organizações parece que o tal do ágil deu certo. Quem adotou, colheu e segue colhendo os frutos disto. E hoje ainda se fala muito nesta prática. Novos cargos foram criados, como Scrum Master e Product Owner, por exemplo. Estas funções até já existiam, porém, não se ouvia falar muito a cerca de uma década atrás.

Inteligência Artificial

Com o surgimento do ChatGPT no final de 2022, a Inteligência Artificial (IA) caiu na boca do povo. Não só no meio corporativo, mas muitas pessoas correram para usar o Generative Pre-trained Transformer (GPT), que combinado com um mecanismo de troca de mensagens, torna-se um chatbot. Esse pessoal descobriu que isso se tratava de IA.

As empresas começaram a perceber a infinidade de oportunidades e benefícios que se pode extrair com a adoção da IA na sua rotina – e começaram a mapear diferentes formas de uso – e incentivar sua adoção.

A Inteligência Artificial não é algo novo. Muito antes dos computadores assumirem sua forma e uso atuais, a IA já era discutida no meio computacional. Há indícios de que o termo foi utilizado pela primeira vez no final da década de 1950. Basta pesquisar pelo seu surgimento.

A corrida para utilização da IA está grande. Há quem afirme que além desta tecnologia ter vindo para ficar – também complementa com a provocação de que quem não se adaptar a ela e aprender a utilizá-la, não terá mais espaço no mercado – isso falando tanto para um indivíduo, como profissional, quanto para as próprias empresas.

Modelo Ágil vs. Inteligência Artificial

Não há uma relação direta entre Modelo Ágil e IA, apesar de ser possível afirmar que a IA pode facilitar as práticas ágeis de desenvolvimento com a automatização de algumas atividades que o time de desenvolvimento realiza, por exemplo, pois enquanto uma – no caso, a IA – é tecnologia aplicada na prática, a outra – o Modelo Ágil e seus métodos, – trata-se de conceitos e processos.

A minha proposta com essa postagem não é comparar uma coisa com a outra. Meu intuito é lembrar que de tempos em tempos, a tendência muda e as empresas – e por consequência as pessoas – são induzidas a estudar e se atualizar sobre o assunto do momento. Entretanto, um assunto não anula o outro. Tudo continua sendo relevante, mas sempre há temas que se destacam.

Pesquisa pelo termo "Modelo Ágil" no Brasil ao longo dos últimos 5 anos conforme o Google Trends

Pesquisa pelo termo "Inteligência Artificial" no Brasil ao longo dos últimos 5 anos conforme o Google Trends

Sendo assim, pelo que falamos aqui, há alguns anos o hype foi a Agilidade e hoje é a IA. Mais uma vez, ressalto que um assunto não anula o outro. É a esteira do conhecimento que desenvolve e aprimora constantemente as pessoas e as organizações. Tudo se completa. 

Mas e aí, qual será o tópico da moda daqui a 5 anos?

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Menti sobre o quanto eu assistia TV

Quando eu estava na 4ª série, a professora de matemática passou como tema de casa uma atividade que consistia em calcularmos o tempo diário que passávamos assistindo TV. Eu comecei a pensar e percebi que desde a hora em que eu chegava em casa até a hora de ir pra cama, ficava em torno de 8 horas em frente à tela. Haviam algum intervalos, normalmente mais no meio da tarde, quando eu saía para brincar no pátio de casa, mas logo mais à noite, eu voltava pra TV. Fiquei assustado com o resultado, pois era muito tempo!

Homer ligando a TV | Pinterest

Na aula seguinte, a professora pediu para cada aluno ler do seu caderno o cálculo que havia feito. Antes da minha vez, uma colega falou, e envergonhada, ela contou que ficava 8 horas por dia assistindo TV. Eu logo pensei: "Nossa, é o mesmo tempo que eu!". A professora retrucou e disse: "8 HORAS?!?!?!". E complementou dizendo algo como: "É por isso que você tem as notas que têm!

As minhas notas em matemática, principalmente na 4ª e 5ª séries nunca foram lá grandes coisas. Por isso, ouvindo a crítica que a menina recebeu, tratei de passar uma borracha nas 8 horas que estavam escritas no meu caderno e escrevi 4h, achando que seria mais conveniente e não seria criticado quando chegasse a minha vez de falar. Deu certo. 😅


Essa é uma lembrança em que eventualmente penso. Não tem lição alguma nisso. Para quem interessar, na 6ª série eu fui para outra escola, onde o ensino era mais puxado e eu acabei tendo que largar a TV pra dar conta de todos os temas de casa. 

Entretanto, lembrei de escrever sobre esta memória principalmente depois que migrei para o ecossistema da Apple, que conta com um utilitário de tempo de uso dos aparelhos: faz algum tempo que eu já tinha um iPad, mas ano passado comprei um Macbook (que passou a ser minha máquina principal de trabalho) e alguns meses depois fui para um iPhone. Portanto, basicamente meus sistemas operacionais atualmente são iOS e MacOS, sendo beneficiado de toda a integração que a Apple oferece.

Conforme os relatórios de tempo de uso, a imagem acima demonstra minha média diária, levando em consideração todos os meus dispositivos da Apple. Veja quanto tempo deu. É semelhante a algum valor conhecido? 😳

By the way, eu sei que é uma comparação tosca. Inclusive, essa média que ele fez acho que não é grande coisa... Eu trabalho de segunda à sexta-feira utilizando o notebook por pelo menos 8 horas por dia. E na parte da noite, fico de 1h à 30 min fuçando no telefone. Mas claro, está sendo considerado no gráfico sábados e domingos também, quando destoa bastante o padrão de uso diário. Não sei também se está sendo coletado as informações de todos os aplicativos, pois como este não é um recurso que me interessa muito, nunca me dediquei na revisão das configurações. 

De qualquer forma, só achei muito curioso meu tempo de uso medido pela Apple ser quase o mesmo tempo que eu ficava na frente da TV quando estava na 4ª série. 😆

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Não chame ServiceNow de SNOW

Já comentei aqui sobre ServiceNow, a plataforma com a qual trabalho e sou instrutor. E como uma pessoa que compartilha conhecimento sobre ServiceNow, seus produtos e soluções, estou sempre em busca de tudo o que diz respeito as boas práticas, termos e conceitos corretos. Me baseio muito nas recomendações do fabricante e sua documentação.

Mas algo que não diz respeito exatamente a prática de administrar, implementar ou desenvolver dentro do ServiceNow, porém, remete-se a nomenclatura do produto, são as abreviações que as pessoas acabam usando ao referenciar a ServiceNow (empresa) e o ServiceNow (plataforma/produto). O mais comum é usar a sigla "SN", que obviamente indica "ServiceNow".

ServiceNow não é SNOW, mas pode chamar de SN

No entanto, vejo que alguns colegas também costumam usar o acrônimo "SNOW" ou "snow", o que não parece bem certo, pois pode gerar confusão. Afinal, existe outra solução de mercado – que não tem relação alguma com a ServiceNow – e que se chama Snowflake. A Snowflake é uma plataforma que faz a gestão de dados em nuvem (DaaS - Data as a Service), enquanto a ServiceNow possibilita a criação e gestão de fluxos de trabalho em nuvem (aPaaS - application Platform as a Service). Por isso, SNOW / snow é totalmente diferente de ServiceNow ou SN.

P.S.: Já vi pessoas também escrevendo ServiceNow separado (Service Now) ou sem o "N" maiúsculo (Servicenow). Este também não é o jeito mais correto, já que em qualquer material oficial da empresa, a escrita sempre é "ServiceNow" (com o "S" e o "N"maiúsculo).

terça-feira, 12 de setembro de 2023

O Joatan do passado teria orgulho do Joatan de hoje

Em outro post – onde contei um pouco sobre os sonhos que tenho ainda com o meu primeiro emprego – também escrevo sobre a minha rotina e o que eu fazia na época. O que eu não falei, mas que certamente é de se imaginar para todo o profissional no início de carreira, com seus 18/19 anos, é que o meu desejo de crescimento era imenso, mesmo sem saber onde eu gostaria de chegar.

Sou técnico em informática de formação. Comecei trabalhando com manutenção de computadores e prestando suporte de microinformática. Fazia isso como emprego – em horário comercial, enquanto trabalhei na Ritmo e depois na Microdata – e também prestava este tipo de serviço aos amigos, vizinhos, conhecidos e pessoas que me procuravam. Contudo, com o passar do tempo, percebi que não era isso que eu gostaria de fazer pelo resto da vida.

Refleti muito sobre caminhos a serem seguidos. Aos leigos no assunto, TI se divide apenas em hardware e software. O hardware – previamente construído por um engenheiro – necessita ser consertado por alguém – um técnico – e o software precisa ser desenvolvido e aprimorado – normalmente por um desenvolvedor. Isso não deixa de ser verdade, mas é mais certo pensar que existem inúmeros outros caminhos a serem seguidos além de simplesmente ser um técnico ou um desenvolvedor.

Na Getnet, trabalhei bastante tempo com Service Desk / Help Desk. Percebendo a organização da empresa – e como isso se conversava com as diversas alternativas de trabalho que se tem na TI – constatei que uma área de suporte precisa de estratégia, organização, processos e diretrizes –, algo como um backoffice apoiando na operação diária. Descobri que eu gostava mais disso do que estar na linha de frente. Portanto, alinhado as necessidades da empresa e com a intenção dos gestores, passei a atuar mais nas soluções de apoio e controle, como atualizações de segurança, permissões de acesso, pequenas automações, BYOD e bilhetagem de impressão.

Mais tarde, tive a oportunidade de migrar de área e fui para Gestão de Serviços de TI (do inglês, ITSM). A visão deste time é mais holística e ao contrário de administrar apenas as diretrizes da própria equipe, definem e gerenciam os controles de toda a TI. Conheci cada processo e como eles recebem dados, processam e devolvem no formato de informação e conhecimento para toda a organização. Isso serve como apoio na tomada de decisão por parte dos executivos da empresa.

Entretanto, é importante  considerar que processos são como engrenagens que giram e se conectam com outras peças – talvez até outras engrenagens – que também giram até fazer um mecanismo inteiro funcionar. Mas para que este fluxo ocorra de forma estruturada é necessário ferramental. No caso, ferramentas de ITSM.

Ferramentas precisam ser administradas por pessoas e para que este trabalho seja bem desempenhado, é importante que essas pessoas conheçam o funcionamento dos processos. Isso me despertou interesse: gerenciar uma solução que controla a execução de processos. E por algum tempo fui administrador de soluções de ITSM, me familiarizando bastante com uma plataforma chamada ServiceNow.

Ao longo da minha jornada profissional e acadêmica, aprendi que fazer a Gestão de Conhecimento é algo crucial dentro de qualquer estratégia organizacional. E para que seu papel se cumpra, é necessário a consolidação de uma base de conhecimento. Na forma de artigos de conhecimento, pessoas de processo e usuários finais são habilitados para lidarem com questões operacionais e de suporte.

Quando eu administrava plataformas de ITSM – como foi o caso do ServiceNow –, por ser uma solução nova na empresa, fui muito acionado para o esclarecimento de dúvidas e apoio em atividades simples, mas para muitos usuários desconhecidas, principalmente por se tratar de um software novo. Dessa forma, iniciei um processo de documentação. Diante disso, criava pequenos artigos contendo instruções de como algo deveria ser feito. Também realizei alguns webinars e a gravação de vídeos, demonstrando procedimentos simples que poderiam ser realizados por qualquer pessoa. Isso oferecia mais autonomia aos usuários e me liberava para focar em questões mais complexas.

Descobri que eu gostava desse trabalho de documentar e compartilhar o que sei. Tornar o que é tácito – algo que está apenas na cabeça das pessoas – em explícito – registrar, de alguma forma, aquele conteúdo. Foi assim que comecei a fazer vídeos sobre ServiceNow e postar no meu canal no YouTube.

Em um certo momento, fui procurado pela Aoop – a empresa onde trabalho hoje – e convidado a trabalhar com a parte de treinamentos de ServiceNow. Aceitei o desafio, e desde então, venho me desenvolvendo e atuando como instrutor. A busca por conhecimento é constante – face a dinâmica da TI como área e do ServiceNow como solução – que acompanha acirradamente as iniciativas de inovação e cobra dos seus profissionais a comprovação da sua capacidade de execução através das certificações oficiais.



Para ilustrar: minha bancada de trabalho no início de carreira e minha bancada de trabalho atualmente

A jornada até agora não foi curta. Já se passaram 14 anos desde que comecei a trabalhar com TI. Sei que tem bem mais pela frente, mas certamente, se o Joatan – estagiário, lá em 2009 – fosse questionado sobre o profissional que ele é hoje, certamente ele admiraria e teria bastante orgulho do que conquistou até o momento.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Sonho que ainda trabalho na Ritmo

Logo depois que terminei o ensino médio, no final de 2008, iniciei como Estagiário de TI na Ritmo Veículos, uma concessionária da marca Fiat com lojas em algumas cidades aqui no Rio Grande do Sul. As aulas mal haviam finalizado e eu já estava lá, pronto para começar – apesar de ter sido realmente "registrado" apenas na primeira semana de 2009. Meu sonho era trabalhar naquele lugar, onde meu pai também trabalhava – na época, já por quase 30 anos.

Sabe aqueles filhos que quando o pai tem alguma profissão publicamente admirada – como policial ou bombeiro, por exemplo – se gabam com orgulho deles? No meu caso, era mais ou menos assim. Na infância, eu colava em todos os meus carrinhos pequenas etiquetas com a escrita "Fiat" pra dizer que eles também eram da marca. Nos finais de semana, algumas vezes pediam para o pai ir fazer algum atendimento na empresa. Eu adorava ir junto e ficava fascinado com todos aqueles carros diferentes, modernos e com cheirinho de novo. Na medida que fui crescendo, seguia acompanhando o pai quando ele estava na escala de trabalho nos sábados de manhã. Nestas situações, eu normalmente ficava o tempo todo utilizando algum computador, pois em casa só tinha internet discada, então eu aproveitava a oportunidade para navegar por uma conexão mais rápida. Não tenho palavras para descrever estes momentos. Eram simplesmente incríveis e guardo cada uma destas lembranças com muito carinho.

Mas voltando ao início da minha carreira como estagiário na Ritmo. Eu simplesmente estava muito feliz em trabalhar com o que eu gostava e estudava no curso técnico em informática. E ainda mais, em um lugar tão querido pra mim. Depois de um ano como estagiário, fui efetivado. Meu cargo era Auxiliar de CPD. Para quem não sabe, CPD é a sigla para Centro de Processamento de Dados. Trata-se de uma maneira – já na época, meio obsoleta para referenciar o data center ou mesmo a área de TI de uma empresa. Em todo o caso, ao passar de estagiário e receber um cargo, fiquei muito orgulhoso.

Trabalhei na Ritmo até abril de 2012. Considerando o período do estágio, fiquei lá por quase 3 anos e meio. Aprendi muito durante todo este tempo e fui muito feliz. Afinal, meu trabalho consistia no que eu gostava de fazer, e ao mesmo tempo, eu estava próximo do meu pai – que apesar de não trabalharmos no mesmo setor – nós chegávamos juntos, almoçávamos juntos e saíamos juntos.

O urso da foto é o Gino Passione, um masconte da Fiat.

Meu trabalho na Ritmo era prestar suporte de microinformática aos usuários. Além disso, também realizava a manutenção nos computadores, cuidava do estoque de suprimentos de informática e executava pequenas tarefas de administração dos servidores quando a responsável pelo setor – e também minha supervisora – não estava. Graças a Deus, como profissional, nunca me faltou criatividade, iniciativa e organização. Não é por menos que desde sempre – em qualquer lugar –, eu tive liberdade e autonomia para fazer o meu trabalho da forma que eu desejasse. Portanto, até hoje tenho orgulho de ter transformado computadores antigos – instalando uma distribuição mais leve e gratuita de Linux – em terminais de conexão remota, de ter consertado com o uso de um cabo USB caixinhas de som 110V que as pessoas haviam queimado ao ligar em 220V, ou ainda, de ter desmontado estabilizadores estragados para reutilizar as tomadas e refazer as conexões de energia quebradas dos pequenos transformadores 110V para 220V utilizados nos telefones sem fio.

Além da satisfação no trabalho, também me lembro de sentir uma energia tão boa em relação a faculdade, a convivência com meu pai – a harmonia da nossa família, podendo chegar em casa e encontrar minha mãe e meu irmão – e aos meus projetos no tempo livre – como é o caso deste blog. Basta olhar a quantidade de postagens que eu fiz naqueles anos. Foi o período em que eu estive mais ativo por aqui. Lembro-me de ficar até tarde da noite depois ainda de ter chegado da aula – muitas vezes até de madrugada –, lendo, pesquisando e escrevendo novos posts. Na manhã seguinte, todos os dias, antes das 7h, o pai já me chamava para sair da cama.

Acredito que por conta de tudo isso, todas essas recordações boas, sensações gostosas e saudades deste tempo, é que eu sonho que ainda estou trabalhando na Ritmo. São sonhos bastante recorrentes. Pelo menos a cada 15 dias eles aparecem. Não me incomodo. Pelo contrário, até gosto. Mas é estranho. Já se passaram 11 anos desde que saí da Ritmo, onde foi meu primeiro emprego. Tantas coisas aconteceram desde então – viagem, namoro, formatura, perdas, casamento, casa própria, carro e duas trocas de empregos. Mas apesar de tudo isso, nos meus sonhos, eu ainda estou na Ritmo: aprendendo, testando, fazendo minhas invenções, atendendo as pessoas – diariamente ao lado do meu pai –, e sendo feliz.

P.S.: Infelizmente a Ritmo Veículos não existe mais. Em 2016, as lojas foram adquiridas por um outro grupo de concessionárias Fiat e sua operação administrativa foi encerrada.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Automatizando ServiceNow PDI "wake up" com Python e Selenium

A ServiceNow oferece uma sandbox para todos os administradores, arquitetos, desenvolvedores e especialistas – ou simplesmente curiosos sobre o funcionamento da plataforma – a fim de que possam testar e validar funcionalidades e recursos. Estes ambiente são denominados PDI (Personal Developer Instance) – ou no português, instância pessoal de desenvolvimento.

Como a empresa não cobra pelo uso dos ambientes, é natural que preze pela economia de recursos. Sendo assim, PDIs que estejam entre 6 e 8 horas sem atividade (ociosas), são devolvidas para o pool da ServiceNow, e ficam lá até que seus usuário solicitem novamente seu funcionamento. Portanto, todos os dias, quando se deseja utilizar uma PDI, os usuários necessitam acordá-la.

Let's automate it!

Despertar uma PDI consiste basicamente em autenticar-se no site https://developer.servicenow.com com o E-mail e senha utilizado para cadastrar-se no site e provisionar a instância. O processo pode levar alguns minutos até que a PDI esteja online. PDIs que não sejam acordadas por mais de 10 dias, são definitivamente excluídas pela ServiceNow. Com isso, para quem tem apego aos seus projetinhos, é interessante estar sempre despertando a instância, mesmo quando não vai utilizá-la. E que tal automatizar este processo?

Não sou nem um pouco especialista no tema, mas fuçando e com alguma pesquisa, criei um script super simples para automatizar o wakeup de uma PDI. Quer ver como está funcionando?

Você não ficou surdo 😅. Não tem fala no vídeo mesmo, pois é apenas ilustrativo. 🤓

Agora sim! Para replicar a construção do script, basta seguir os passos:

  1. Baixe e instale o Python: O download pode ser feito pelo site oficial.
  2. Instale a biblioteca Selenium: Abra o console/terminal e digite: pip install Selenium.
  3. Baixe o ChromeDriver: Salve o arquivo na mesma pasta onde o script será criado.
  4. Utilizando um editor da sua preferência (Notepad, Notepad++, Sublime Text, etc...) crie o script conforme o modelo que estou disponibilizando aqui https://www.joatanfontoura.com/arquivos/AuthSNDev.py, lembrando de apenas alterar os valores das variáveis SNDevUser e SNDevPass para seu E-mail e senha cadastrados no Site Developer.
  5. Depois disso, é só chamar o script no console/terminal, digitando AuthSNDev.py, no caso de você ter colocado o mesmo nome que eu usei.
  6. Por fim, se quiser, você pode criar um agendamento para que o script seja executado diariamente a partir do seu computador: Aqui as instruções para agendar no Windows.

No mais, acho que é isso. Espero que funcione pra você da mesma forma que funcionou pra mim!

UPDATE [22/12/2023]: O script disponível para download foi revisado, adequando o ID dos elementos da página do site Developer com as mudanças realizadas pela ServiceNow.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Aprenda e revise. Se não, você esquece.

Esquecer coisas faz parte da concepção humana. O cérebro foi construído assim. Ele não pode guardar tudo. Caso contrario, as pessoas ficariam birutas. É preciso aliviar a carga e focar no que ele – o cérebro – considera relevante.

Curva do Esquecimento

Existe uma teoria chamada de Curva do Esquecimento, que foi desenvolvida em um estudo de Hermann Ebbinghaus conduzido em 1885. Ebbinghaus demonstrou por meio de um gráfico – apresentado a seguir –, a quantidade de informações que o nosso cérebro consegue guardar ao longo do tempo. Sim, com o passar das horas e dos dias, desde quando a informação foi consumida, o conhecimento vai se perdendo.

Curva do Esquecimento: Aprendizado e Esquecimento

A solução para contornar esse comportamento – também segundo Hermann – é a revisão, já que quando uma informação é revisitada, o pico de retenção aumenta e é como se o cérebro apertasse a tecla "F5" e recarregasse a página com o conteúdo.

Curva do Esquecimento: Estudo e Revisão

Pirâmide de Aprendizagem

O the bizness – uma newletter que acompanho e gosto muito – ao falar sobre esse assunto e me fazer querer replicá-lo aqui, lembrou também da Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser.

Pirâmide de Aprendizagem: Passiva e Ativa

O modelo de Glasser ilustra muito bem as fases do aprendizado e o caminho a ser percorrido para que o cérebro crie as conexões necessárias, e assim, o conteúdo seja mais lembrado com maior clareza e discernimento. Por sinal, essa análise é bastante semelhante – e possivelmente uma possa ter servido de base para a outra – de um outro método de aprendizagem que comentei em um artigo mais antigo aqui do blog. Vale também dar uma olhada. 😉

Cada um no seu quadrado

Há pessoas que tem espírito de fuçador. Se alguma coisa estraga em casa, ao invés de chamar alguém para consertar ou mesmo levar para o conserto, primeiro eles tentam arrumar. Eu me incluo nesse grupo. Para algumas coisas, não mais tanto, mas ainda sou desses.

Somado a característica assumida no parágrafo acima, antigamente eu achava que precisava ser bom em qualquer coisa. Se pegava algo que eu nunca havia feito antes, me frustrava por não conseguir desempenhar a atividade de forma precisa e rápida. Então já viu, né? Quando eu tentava consertar alguma coisa e não conseguia, ficava bem chateado. Na verdade, isso ainda acontece um pouco, mas já estou mais convencido que é humanamente impossível ser bom em tudo.

You are not the fucking specialist, my friend.

Explico com um exemplo recente: a chave do carro.

Eu queria trocar a carcaça da chave porque a antiga estava feia e quebrada. Meu pai achou um modelo compatível, comprou e me deu de presente. Porém, ao invés de levar no chaveiro e pedir para ele fazer a troca, eu mesmo resolvi tentar. Afinal, abrir a chave, tirar o mecanismo de uma e colocar na outra é fácil. De fato, não é difícil. Eu consegui. Mas o problema é que ela é uma dessas chaves do tipo canivete e pra sacar a lâmina quando aperta o botão, tem uma mola que faz esse mecanismo funcionar. Descobri que é necessário dar pressão na mola antes de montar, se não, a lâmina não dispara e você precisa puxá-la manualmente. Contudo, quem diz que eu consegui fazer dessa maneira?

Chave velha e chave nova

A mola é muito pequena e não tenho habilidade suficiente pra isso. Eu não sou um chaveiro. Possivelmente ele faça algo semelhante com a chave dos carros dos seus clientes várias vezes em uma semana. Eu nunca tinha feito.

Vídeo onde mostro a mola sem pressão

O que eu quero dizer com este texto é que se você quer algo perfeito, leve para um profissional. Ele vai saber como resolver – pelo menos deveria. Afinal, trata-se de uma pessoa que estudou, se qualificou e que possui a técnica necessária. Caso contrário, se achar que pode fazer, faça. Mas saiba que provavelmente não vai ficar do jeito que uma pessoa especializada faria. E está tudo bem. Conforme-se com isso. Cada é bom na sua área de atuação – no seu quadrado – isso é da vida. É assim mesmo.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Ethical Hacker

Não se preocupe! Sou um expert em hackear.

P-A-S-S-W-O-R-D. Deny. 

A-B-C-1-2-3. Deny.

Tudo certo! Verifiquei tudo e seu sistema é realmente à prova de balas.

😅