domingo, 21 de janeiro de 2024

A Inteligência Artificial é o novo Modelo Ágil?

Antes de qualquer coisa, gostaria de declarar que a percepção que exponho aqui nesse texto não se trata de fruto de uma grande pesquisa baseada em diversas análises. Também não é baseado em algo que uma figura relevante falou – talvez alguém até possa ter falado, mas eu não vi nada sobre isso. O que eu escrevo aqui, trata-se de uma percepção minha, baseado na minha vivência. Pode ser que você vai ler e não faça sentido algum, o que está tudo bem. Porém, talvez você vai concordar comigo, o que me faz pensar que minha visão tenha algum fundamento e isso seria interessante.

Modelo Ágil

Tenho a impressão de que há alguns anos – começando mais ou menos 5 ou 6 anos atrás – o termo da moda em muitas empresas – principalmente do ramo de tecnologia – foi agilidade, como um termo derivado do conceito de Modelo Ágil para desenvolvimento de produtos.

Parece que nesta época, toda a empresa queria dizer que estava se adaptando a esta nova realidade, muito por conta de um outro tema chamado de Transformação Digital, que foca na automação de processos, colocar o cliente no centro e adaptação rápida as mudanças. A onda da agilidade adentrou as companhias, começando pelas equipes de desenvolvimento de software – e por consequência produtos – e depois foi contagiando as demais áreas da TI – e até mesmo fora dela – chegando em outros departamentos, como Administrativo, Finanças e RH, por exemplo.

O Manifesto Ágil – que de certa forma originou o Modelo Ágil – não é algo recente. Foi instituído em 2001, mas as empresas resolveram falar mesmo disto quase duas décadas mais tarde.

Na maioria das organizações parece que o tal do ágil deu certo. Quem adotou, colheu e segue colhendo os frutos disto. E hoje ainda se fala muito nesta prática. Novos cargos foram criados, como Scrum Master e Product Owner, por exemplo. Estas funções até já existiam, porém, não se ouvia falar muito a cerca de uma década atrás.

Inteligência Artificial

Com o surgimento do ChatGPT no final de 2022, a Inteligência Artificial (IA) caiu na boca do povo. Não só no meio corporativo, mas muitas pessoas correram para usar o Generative Pre-trained Transformer (GPT), que combinado com um mecanismo de troca de mensagens, torna-se um chatbot. Esse pessoal descobriu que isso se tratava de IA.

As empresas começaram a perceber a infinidade de oportunidades e benefícios que se pode extrair com a adoção da IA na sua rotina – e começaram a mapear diferentes formas de uso – e incentivar sua adoção.

A Inteligência Artificial não é algo novo. Muito antes dos computadores assumirem sua forma e uso atuais, a IA já era discutida no meio computacional. Há indícios de que o termo foi utilizado pela primeira vez no final da década de 1950. Basta pesquisar pelo seu surgimento.

A corrida para utilização da IA está grande. Há quem afirme que além desta tecnologia ter vindo para ficar – também complementa com a provocação de que quem não se adaptar a ela e aprender a utilizá-la, não terá mais espaço no mercado – isso falando tanto para um indivíduo, como profissional, quanto para as próprias empresas.

Modelo Ágil vs. Inteligência Artificial

Não há uma relação direta entre Modelo Ágil e IA, apesar de ser possível afirmar que a IA pode facilitar as práticas ágeis de desenvolvimento com a automatização de algumas atividades que o time de desenvolvimento realiza, por exemplo, pois enquanto uma – no caso, a IA – é tecnologia aplicada na prática, a outra – o Modelo Ágil e seus métodos, – trata-se de conceitos e processos.

A minha proposta com essa postagem não é comparar uma coisa com a outra. Meu intuito é lembrar que de tempos em tempos, a tendência muda e as empresas – e por consequência as pessoas – são induzidas a estudar e se atualizar sobre o assunto do momento. Entretanto, um assunto não anula o outro. Tudo continua sendo relevante, mas sempre há temas que se destacam.

Pesquisa pelo termo "Modelo Ágil" no Brasil ao longo dos últimos 5 anos conforme o Google Trends

Pesquisa pelo termo "Inteligência Artificial" no Brasil ao longo dos últimos 5 anos conforme o Google Trends

Sendo assim, pelo que falamos aqui, há alguns anos o hype foi a Agilidade e hoje é a IA. Mais uma vez, ressalto que um assunto não anula o outro. É a esteira do conhecimento que desenvolve e aprimora constantemente as pessoas e as organizações. Tudo se completa. 

Mas e aí, qual será o tópico da moda daqui a 5 anos?

quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Menti sobre o quanto eu assistia TV

Quando eu estava na 4ª série, a professora de matemática passou como tema de casa uma atividade que consistia em calcularmos o tempo diário que passávamos assistindo TV. Eu comecei a pensar e percebi que desde a hora em que eu chegava em casa até a hora de ir pra cama, ficava em torno de 8 horas em frente à tela. Haviam algum intervalos, normalmente mais no meio da tarde, quando eu saía para brincar no pátio de casa, mas logo mais à noite, eu voltava pra TV. Fiquei assustado com o resultado, pois era muito tempo!

Homer ligando a TV | Pinterest

Na aula seguinte, a professora pediu para cada aluno ler do seu caderno o cálculo que havia feito. Antes da minha vez, uma colega falou, e envergonhada, ela contou que ficava 8 horas por dia assistindo TV. Eu logo pensei: "Nossa, é o mesmo tempo que eu!". A professora retrucou e disse: "8 HORAS?!?!?!". E complementou dizendo algo como: "É por isso que você tem as notas que têm!

As minhas notas em matemática, principalmente na 4ª e 5ª séries nunca foram lá grandes coisas. Por isso, ouvindo a crítica que a menina recebeu, tratei de passar uma borracha nas 8 horas que estavam escritas no meu caderno e escrevi 4h, achando que seria mais conveniente e não seria criticado quando chegasse a minha vez de falar. Deu certo. 😅


Essa é uma lembrança em que eventualmente penso. Não tem lição alguma nisso. Para quem interessar, na 6ª série eu fui para outra escola, onde o ensino era mais puxado e eu acabei tendo que largar a TV pra dar conta de todos os temas de casa. 

Entretanto, lembrei de escrever sobre esta memória principalmente depois que migrei para o ecossistema da Apple, que conta com um utilitário de tempo de uso dos aparelhos: faz algum tempo que eu já tinha um iPad, mas ano passado comprei um Macbook (que passou a ser minha máquina principal de trabalho) e alguns meses depois fui para um iPhone. Portanto, basicamente meus sistemas operacionais atualmente são iOS e MacOS, sendo beneficiado de toda a integração que a Apple oferece.

Conforme os relatórios de tempo de uso, a imagem acima demonstra minha média diária, levando em consideração todos os meus dispositivos da Apple. Veja quanto tempo deu. É semelhante a algum valor conhecido? 😳

By the way, eu sei que é uma comparação tosca. Inclusive, essa média que ele fez acho que não é grande coisa... Eu trabalho de segunda à sexta-feira utilizando o notebook por pelo menos 8 horas por dia. E na parte da noite, fico de 1h à 30 min fuçando no telefone. Mas claro, está sendo considerado no gráfico sábados e domingos também, quando destoa bastante o padrão de uso diário. Não sei também se está sendo coletado as informações de todos os aplicativos, pois como este não é um recurso que me interessa muito, nunca me dediquei na revisão das configurações. 

De qualquer forma, só achei muito curioso meu tempo de uso medido pela Apple ser quase o mesmo tempo que eu ficava na frente da TV quando estava na 4ª série. 😆

sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Não chame ServiceNow de SNOW

Já comentei aqui sobre ServiceNow, a plataforma com a qual trabalho e sou instrutor. E como uma pessoa que compartilha conhecimento sobre ServiceNow, seus produtos e soluções, estou sempre em busca de tudo o que diz respeito as boas práticas, termos e conceitos corretos. Me baseio muito nas recomendações do fabricante e sua documentação.

Mas algo que não diz respeito exatamente a prática de administrar, implementar ou desenvolver dentro do ServiceNow, porém, remete-se a nomenclatura do produto, são as abreviações que as pessoas acabam usando ao referenciar a ServiceNow (empresa) e o ServiceNow (plataforma/produto). O mais comum é usar a sigla "SN", que obviamente indica "ServiceNow".

ServiceNow não é SNOW, mas pode chamar de SN

No entanto, vejo que alguns colegas também costumam usar o acrônimo "SNOW" ou "snow", o que não parece bem certo, pois pode gerar confusão. Afinal, existe outra solução de mercado – que não tem relação alguma com a ServiceNow – e que se chama Snowflake. A Snowflake é uma plataforma que faz a gestão de dados em nuvem (DaaS - Data as a Service), enquanto a ServiceNow possibilita a criação e gestão de fluxos de trabalho em nuvem (aPaaS - application Platform as a Service). Por isso, SNOW / snow é totalmente diferente de ServiceNow ou SN.

P.S.: Já vi pessoas também escrevendo ServiceNow separado (Service Now) ou sem o "N" maiúsculo (Servicenow). Este também não é o jeito mais correto, já que em qualquer material oficial da empresa, a escrita sempre é "ServiceNow" (com o "S" e o "N"maiúsculo).

terça-feira, 12 de setembro de 2023

O Joatan do passado teria orgulho do Joatan de hoje

Em outro post – onde contei um pouco sobre os sonhos que tenho ainda com o meu primeiro emprego – também escrevo sobre a minha rotina e o que eu fazia na época. O que eu não falei, mas que certamente é de se imaginar para todo o profissional no início de carreira, com seus 18/19 anos, é que o meu desejo de crescimento era imenso, mesmo sem saber onde eu gostaria de chegar.

Sou técnico em informática de formação. Comecei trabalhando com manutenção de computadores e prestando suporte de microinformática. Fazia isso como emprego – em horário comercial, enquanto trabalhei na Ritmo e depois na Microdata – e também prestava este tipo de serviço aos amigos, vizinhos, conhecidos e pessoas que me procuravam. Contudo, com o passar do tempo, percebi que não era isso que eu gostaria de fazer pelo resto da vida.

Refleti muito sobre caminhos a serem seguidos. Aos leigos no assunto, TI se divide apenas em hardware e software. O hardware – previamente construído por um engenheiro – necessita ser consertado por alguém – um técnico – e o software precisa ser desenvolvido e aprimorado – normalmente por um desenvolvedor. Isso não deixa de ser verdade, mas é mais certo pensar que existem inúmeros outros caminhos a serem seguidos além de simplesmente ser um técnico ou um desenvolvedor.

Na Getnet, trabalhei bastante tempo com Service Desk / Help Desk. Percebendo a organização da empresa – e como isso se conversava com as diversas alternativas de trabalho que se tem na TI – constatei que uma área de suporte precisa de estratégia, organização, processos e diretrizes –, algo como um backoffice apoiando na operação diária. Descobri que eu gostava mais disso do que estar na linha de frente. Portanto, alinhado as necessidades da empresa e com a intenção dos gestores, passei a atuar mais nas soluções de apoio e controle, como atualizações de segurança, permissões de acesso, pequenas automações, BYOD e bilhetagem de impressão.

Mais tarde, tive a oportunidade de migrar de área e fui para Gestão de Serviços de TI (do inglês, ITSM). A visão deste time é mais holística e ao contrário de administrar apenas as diretrizes da própria equipe, definem e gerenciam os controles de toda a TI. Conheci cada processo e como eles recebem dados, processam e devolvem no formato de informação e conhecimento para toda a organização. Isso serve como apoio na tomada de decisão por parte dos executivos da empresa.

Entretanto, é importante  considerar que processos são como engrenagens que giram e se conectam com outras peças – talvez até outras engrenagens – que também giram até fazer um mecanismo inteiro funcionar. Mas para que este fluxo ocorra de forma estruturada é necessário ferramental. No caso, ferramentas de ITSM.

Ferramentas precisam ser administradas por pessoas e para que este trabalho seja bem desempenhado, é importante que essas pessoas conheçam o funcionamento dos processos. Isso me despertou interesse: gerenciar uma solução que controla a execução de processos. E por algum tempo fui administrador de soluções de ITSM, me familiarizando bastante com uma plataforma chamada ServiceNow.

Ao longo da minha jornada profissional e acadêmica, aprendi que fazer a Gestão de Conhecimento é algo crucial dentro de qualquer estratégia organizacional. E para que seu papel se cumpra, é necessário a consolidação de uma base de conhecimento. Na forma de artigos de conhecimento, pessoas de processo e usuários finais são habilitados para lidarem com questões operacionais e de suporte.

Quando eu administrava plataformas de ITSM – como foi o caso do ServiceNow –, por ser uma solução nova na empresa, fui muito acionado para o esclarecimento de dúvidas e apoio em atividades simples, mas para muitos usuários desconhecidas, principalmente por se tratar de um software novo. Dessa forma, iniciei um processo de documentação. Diante disso, criava pequenos artigos contendo instruções de como algo deveria ser feito. Também realizei alguns webinars e a gravação de vídeos, demonstrando procedimentos simples que poderiam ser realizados por qualquer pessoa. Isso oferecia mais autonomia aos usuários e me liberava para focar em questões mais complexas.

Descobri que eu gostava desse trabalho de documentar e compartilhar o que sei. Tornar o que é tácito – algo que está apenas na cabeça das pessoas – em explícito – registrar, de alguma forma, aquele conteúdo. Foi assim que comecei a fazer vídeos sobre ServiceNow e postar no meu canal no YouTube.

Em um certo momento, fui procurado pela Aoop – a empresa onde trabalho hoje – e convidado a trabalhar com a parte de treinamentos de ServiceNow. Aceitei o desafio, e desde então, venho me desenvolvendo e atuando como instrutor. A busca por conhecimento é constante – face a dinâmica da TI como área e do ServiceNow como solução – que acompanha acirradamente as iniciativas de inovação e cobra dos seus profissionais a comprovação da sua capacidade de execução através das certificações oficiais.



Para ilustrar: minha bancada de trabalho no início de carreira e minha bancada de trabalho atualmente

A jornada até agora não foi curta. Já se passaram 14 anos desde que comecei a trabalhar com TI. Sei que tem bem mais pela frente, mas certamente, se o Joatan – estagiário, lá em 2009 – fosse questionado sobre o profissional que ele é hoje, certamente ele admiraria e teria bastante orgulho do que conquistou até o momento.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

Sonho que ainda trabalho na Ritmo

Logo depois que terminei o ensino médio, no final de 2008, iniciei como Estagiário de TI na Ritmo Veículos, uma concessionária da marca Fiat com lojas em algumas cidades aqui no Rio Grande do Sul. As aulas mal haviam finalizado e eu já estava lá, pronto para começar – apesar de ter sido realmente "registrado" apenas na primeira semana de 2009. Meu sonho era trabalhar naquele lugar, onde meu pai também trabalhava – na época, já por quase 30 anos.

Sabe aqueles filhos que quando o pai tem alguma profissão publicamente admirada – como policial ou bombeiro, por exemplo – se gabam com orgulho deles? No meu caso, era mais ou menos assim. Na infância, eu colava em todos os meus carrinhos pequenas etiquetas com a escrita "Fiat" pra dizer que eles também eram da marca. Nos finais de semana, algumas vezes pediam para o pai ir fazer algum atendimento na empresa. Eu adorava ir junto e ficava fascinado com todos aqueles carros diferentes, modernos e com cheirinho de novo. Na medida que fui crescendo, seguia acompanhando o pai quando ele estava na escala de trabalho nos sábados de manhã. Nestas situações, eu normalmente ficava o tempo todo utilizando algum computador, pois em casa só tinha internet discada, então eu aproveitava a oportunidade para navegar por uma conexão mais rápida. Não tenho palavras para descrever estes momentos. Eram simplesmente incríveis e guardo cada uma destas lembranças com muito carinho.

Mas voltando ao início da minha carreira como estagiário na Ritmo. Eu simplesmente estava muito feliz em trabalhar com o que eu gostava e estudava no curso técnico em informática. E ainda mais, em um lugar tão querido pra mim. Depois de um ano como estagiário, fui efetivado. Meu cargo era Auxiliar de CPD. Para quem não sabe, CPD é a sigla para Centro de Processamento de Dados. Trata-se de uma maneira – já na época, meio obsoleta para referenciar o data center ou mesmo a área de TI de uma empresa. Em todo o caso, ao passar de estagiário e receber um cargo, fiquei muito orgulhoso.

Trabalhei na Ritmo até abril de 2012. Considerando o período do estágio, fiquei lá por quase 3 anos e meio. Aprendi muito durante todo este tempo e fui muito feliz. Afinal, meu trabalho consistia no que eu gostava de fazer, e ao mesmo tempo, eu estava próximo do meu pai – que apesar de não trabalharmos no mesmo setor – nós chegávamos juntos, almoçávamos juntos e saíamos juntos.

O urso da foto é o Gino Passione, um masconte da Fiat.

Meu trabalho na Ritmo era prestar suporte de microinformática aos usuários. Além disso, também realizava a manutenção nos computadores, cuidava do estoque de suprimentos de informática e executava pequenas tarefas de administração dos servidores quando a responsável pelo setor – e também minha supervisora – não estava. Graças a Deus, como profissional, nunca me faltou criatividade, iniciativa e organização. Não é por menos que desde sempre – em qualquer lugar –, eu tive liberdade e autonomia para fazer o meu trabalho da forma que eu desejasse. Portanto, até hoje tenho orgulho de ter transformado computadores antigos – instalando uma distribuição mais leve e gratuita de Linux – em terminais de conexão remota, de ter consertado com o uso de um cabo USB caixinhas de som 110V que as pessoas haviam queimado ao ligar em 220V, ou ainda, de ter desmontado estabilizadores estragados para reutilizar as tomadas e refazer as conexões de energia quebradas dos pequenos transformadores 110V para 220V utilizados nos telefones sem fio.

Além da satisfação no trabalho, também me lembro de sentir uma energia tão boa em relação a faculdade, a convivência com meu pai – a harmonia da nossa família, podendo chegar em casa e encontrar minha mãe e meu irmão – e aos meus projetos no tempo livre – como é o caso deste blog. Basta olhar a quantidade de postagens que eu fiz naqueles anos. Foi o período em que eu estive mais ativo por aqui. Lembro-me de ficar até tarde da noite depois ainda de ter chegado da aula – muitas vezes até de madrugada –, lendo, pesquisando e escrevendo novos posts. Na manhã seguinte, todos os dias, antes das 7h, o pai já me chamava para sair da cama.

Acredito que por conta de tudo isso, todas essas recordações boas, sensações gostosas e saudades deste tempo, é que eu sonho que ainda estou trabalhando na Ritmo. São sonhos bastante recorrentes. Pelo menos a cada 15 dias eles aparecem. Não me incomodo. Pelo contrário, até gosto. Mas é estranho. Já se passaram 11 anos desde que saí da Ritmo, onde foi meu primeiro emprego. Tantas coisas aconteceram desde então – viagem, namoro, formatura, perdas, casamento, casa própria, carro e duas trocas de empregos. Mas apesar de tudo isso, nos meus sonhos, eu ainda estou na Ritmo: aprendendo, testando, fazendo minhas invenções, atendendo as pessoas – diariamente ao lado do meu pai –, e sendo feliz.

P.S.: Infelizmente a Ritmo Veículos não existe mais. Em 2016, as lojas foram adquiridas por um outro grupo de concessionárias Fiat e sua operação administrativa foi encerrada.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Automatizando ServiceNow PDI "wake up" com Python e Selenium

A ServiceNow oferece uma sandbox para todos os administradores, arquitetos, desenvolvedores e especialistas – ou simplesmente curiosos sobre o funcionamento da plataforma – a fim de que possam testar e validar funcionalidades e recursos. Estes ambiente são denominados PDI (Personal Developer Instance) – ou no português, instância pessoal de desenvolvimento.

Como a empresa não cobra pelo uso dos ambientes, é natural que preze pela economia de recursos. Sendo assim, PDIs que estejam entre 6 e 8 horas sem atividade (ociosas), são devolvidas para o pool da ServiceNow, e ficam lá até que seus usuário solicitem novamente seu funcionamento. Portanto, todos os dias, quando se deseja utilizar uma PDI, os usuários necessitam acordá-la.

Let's automate it!

Despertar uma PDI consiste basicamente em autenticar-se no site https://developer.servicenow.com com o E-mail e senha utilizado para cadastrar-se no site e provisionar a instância. O processo pode levar alguns minutos até que a PDI esteja online. PDIs que não sejam acordadas por mais de 10 dias, são definitivamente excluídas pela ServiceNow. Com isso, para quem tem apego aos seus projetinhos, é interessante estar sempre despertando a instância, mesmo quando não vai utilizá-la. E que tal automatizar este processo?

Não sou nem um pouco especialista no tema, mas fuçando e com alguma pesquisa, criei um script super simples para automatizar o wakeup de uma PDI. Quer ver como está funcionando?

Você não ficou surdo 😅. Não tem fala no vídeo mesmo, pois é apenas ilustrativo. 🤓

Agora sim! Para replicar a construção do script, basta seguir os passos:

  1. Baixe e instale o Python: O download pode ser feito pelo site oficial.
  2. Instale a biblioteca Selenium: Abra o console/terminal e digite: pip install Selenium.
  3. Baixe o ChromeDriver: Salve o arquivo na mesma pasta onde o script será criado.
  4. Utilizando um editor da sua preferência (Notepad, Notepad++, Sublime Text, etc...) crie o script conforme o modelo que estou disponibilizando aqui https://www.joatanfontoura.com/arquivos/AuthSNDev.py, lembrando de apenas alterar os valores das variáveis SNDevUser e SNDevPass para seu E-mail e senha cadastrados no Site Developer.
  5. Depois disso, é só chamar o script no console/terminal, digitando AuthSNDev.py, no caso de você ter colocado o mesmo nome que eu usei.
  6. Por fim, se quiser, você pode criar um agendamento para que o script seja executado diariamente a partir do seu computador: Aqui as instruções para agendar no Windows.

No mais, acho que é isso. Espero que funcione pra você da mesma forma que funcionou pra mim!

UPDATE [22/12/2023]: O script disponível para download foi revisado, adequando o ID dos elementos da página do site Developer com as mudanças realizadas pela ServiceNow.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Aprenda e revise. Se não, você esquece.

Esquecer coisas faz parte da concepção humana. O cérebro foi construído assim. Ele não pode guardar tudo. Caso contrario, as pessoas ficariam birutas. É preciso aliviar a carga e focar no que ele – o cérebro – considera relevante.

Curva do Esquecimento

Existe uma teoria chamada de Curva do Esquecimento, que foi desenvolvida em um estudo de Hermann Ebbinghaus conduzido em 1885. Ebbinghaus demonstrou por meio de um gráfico – apresentado a seguir –, a quantidade de informações que o nosso cérebro consegue guardar ao longo do tempo. Sim, com o passar das horas e dos dias, desde quando a informação foi consumida, o conhecimento vai se perdendo.

Curva do Esquecimento: Aprendizado e Esquecimento

A solução para contornar esse comportamento – também segundo Hermann – é a revisão, já que quando uma informação é revisitada, o pico de retenção aumenta e é como se o cérebro apertasse a tecla "F5" e recarregasse a página com o conteúdo.

Curva do Esquecimento: Estudo e Revisão

Pirâmide de Aprendizagem

O the bizness – uma newletter que acompanho e gosto muito – ao falar sobre esse assunto e me fazer querer replicá-lo aqui, lembrou também da Pirâmide de Aprendizagem de William Glasser.

Pirâmide de Aprendizagem: Passiva e Ativa

O modelo de Glasser ilustra muito bem as fases do aprendizado e o caminho a ser percorrido para que o cérebro crie as conexões necessárias, e assim, o conteúdo seja mais lembrado com maior clareza e discernimento. Por sinal, essa análise é bastante semelhante – e possivelmente uma possa ter servido de base para a outra – de um outro método de aprendizagem que comentei em um artigo mais antigo aqui do blog. Vale também dar uma olhada. 😉

Cada um no seu quadrado

Há pessoas que tem espírito de fuçador. Se alguma coisa estraga em casa, ao invés de chamar alguém para consertar ou mesmo levar para o conserto, primeiro eles tentam arrumar. Eu me incluo nesse grupo. Para algumas coisas, não mais tanto, mas ainda sou desses.

Somado a característica assumida no parágrafo acima, antigamente eu achava que precisava ser bom em qualquer coisa. Se pegava algo que eu nunca havia feito antes, me frustrava por não conseguir desempenhar a atividade de forma precisa e rápida. Então já viu, né? Quando eu tentava consertar alguma coisa e não conseguia, ficava bem chateado. Na verdade, isso ainda acontece um pouco, mas já estou mais convencido que é humanamente impossível ser bom em tudo.

You are not the fucking specialist, my friend.

Explico com um exemplo recente: a chave do carro.

Eu queria trocar a carcaça da chave porque a antiga estava feia e quebrada. Meu pai achou um modelo compatível, comprou e me deu de presente. Porém, ao invés de levar no chaveiro e pedir para ele fazer a troca, eu mesmo resolvi tentar. Afinal, abrir a chave, tirar o mecanismo de uma e colocar na outra é fácil. De fato, não é difícil. Eu consegui. Mas o problema é que ela é uma dessas chaves do tipo canivete e pra sacar a lâmina quando aperta o botão, tem uma mola que faz esse mecanismo funcionar. Descobri que é necessário dar pressão na mola antes de montar, se não, a lâmina não dispara e você precisa puxá-la manualmente. Contudo, quem diz que eu consegui fazer dessa maneira?

Chave velha e chave nova

A mola é muito pequena e não tenho habilidade suficiente pra isso. Eu não sou um chaveiro. Possivelmente ele faça algo semelhante com a chave dos carros dos seus clientes várias vezes em uma semana. Eu nunca tinha feito.

Vídeo onde mostro a mola sem pressão

O que eu quero dizer com este texto é que se você quer algo perfeito, leve para um profissional. Ele vai saber como resolver – pelo menos deveria. Afinal, trata-se de uma pessoa que estudou, se qualificou e que possui a técnica necessária. Caso contrário, se achar que pode fazer, faça. Mas saiba que provavelmente não vai ficar do jeito que uma pessoa especializada faria. E está tudo bem. Conforme-se com isso. Cada é bom na sua área de atuação – no seu quadrado – isso é da vida. É assim mesmo.

domingo, 8 de janeiro de 2023

Ethical Hacker

Não se preocupe! Sou um expert em hackear.

P-A-S-S-W-O-R-D. Deny. 

A-B-C-1-2-3. Deny.

Tudo certo! Verifiquei tudo e seu sistema é realmente à prova de balas.

😅

Dúvida sobre programação

Toda vez que tenho uma dúvida sobre programação e preciso de ajuda, eu posto no Reddit e depois entro em outra conta e respondo com uma resposta absurdamente incorreta.

As pessoas não se importam em ajudar os outros, mas ADORAM corrigi-los.

Funciona 100% das vezes.

Genius. Usando 100% do cérebro. 😂

O declínio das empresas de tech

Depois de um boom em contratações no período da pandemia, 2022 não foi um bom ano para as empresas de tech – incluindo as big. Os EUA – sozinho – sofreu com 90 mil profissionais desligados de suas organizações. Trata-se de um cenário de crise: Guerra, alta de juros e inflação. As ações de muitas companhias despencaram e com isso houve os desligamentos em massa. Afinal, todos querem manter o caixa e a eficiência. Onde puderem "espremer", irão. E muitas vezes sobra para os recursos humanos. Essa prática não é recente. Sempre foi assim.
 


Cenário brasileiro


Segundo a investidora Camila Farana, entre janeiro e novembro de 2022, os recursos financeiros aportados pelos capitalistas de risco chegaram a US$ 4,48 bilhões. Em 2021, esse valor foi bem maior, atingindo US$ 9,8 bilhões. Mas apesar da redução, a especialista explica que em 2022, as startups brasileiras viveram seu melhor segundo ano desde 2013.
 
Agora falando em pessoas, em 2022, o cenário das startups sofreu uma baixa de 4 mil profissionais. Empresas como Quinto Andar, Loggi, Ebanx, Mercado Bitcoin e Loft foram as que mais desligaram pessoal. Neste período, somente a Loft demitiu 855 funcionários, o que gira em torno de 10% do seu quadro.
 
Camila afirma que os investidores ficaram mais cautelosos, e isso deverá prevalecer em 2023 em virtude de indefinições e incertezas no meio político.

Muitas contratações na pandemia


Alguns alegam que acabaram contratando demais durante a pandemia. Na primeira semana de 2023, a Amazon anunciou mais demissões, podendo chegar a 18 mil. No infográfico acima, é possível ver que em novembro de 2022, essa gigante já havia demitido 10 mil funcionários. A Salesforce, outra expoente da tecnologia, também já se pronunciou e disse que vai reduzir sua força de trabalho em 10%. Só para constar, atualmente a Amazon conta com 1.468.000 funcionários. A Salesforce possui 79.824 colaboradores.

Futuro incerto


Alguns tech recruiters já sugerem pensar duas vezes antes de trocar de emprego. O contexto ainda é muito incerto, tanto em esfera nacional como internacional. Mais demissões podem ocorrer e poderá levar algum tempo até que a situação se estabilize.

domingo, 1 de janeiro de 2023

USB Tipo C

 
Cansado de toda vez plugar seu USB do lado errado? Pelo menos existe o USB Tipo C! USB-C é demais. Você pode usar o conector de qualquer lado. Veja! Esse é um homem comum usando o USB-C com facilidade.
 
Só esqueceram de avisar que utilizar de qualquer lado, significa estar com o conector alinhado no mesmo sentido: horizontal ou vertical. 😅

domingo, 20 de novembro de 2022

Estaríamos prestes ao colapso das redes sociais?

Vamos começar pela Meta – holding do Facebook, Instagram e Whatsapp. Dias atrás, seu mandachuva – Mark Zuckerberg – anunciou demissões em massa, enxugando em 13% o headcount da empresa. O comunicado chegou diante das turbulências no mercado e na economia como um todo, seguido da estratégia – até então – não muito acertada do seu Metaverso.

Depois temos o Twitter, com o figurão Elon Musk, que desde que assumiu o controle da empresa com a aquisição por US$ 44 bilhões, o que mais tem feito é causar tendeu com toda a sua excentricidade. Demissões e ameaças de políticas de trabalho abusivas fazem parte dessa novela. Até mesmo sobre falência da rede social do passarinho azul já se falou.

O Snapchat também é outra que anda demitindo. Apesar de ter perdido um pouco do brilho nos últimos anos, a rede ainda conta com uma legião de usuários. São mais de 600 milhões que ainda acessam o fantasminha.

Colapso nas redes sociais

Além disso, no meio de todo esse caos "netwôrtico social" – expressão que acabei de inventar – o Sr. Orkut Buyukkokten – fundador do popular, mas já falecido Orkutresolveu que é hora de reviver este projeto

E como se não bastasse, até rede social com nome de Koo andou surgindo com a promessa de ser uma alternativa ao Twitter.

É, meus amigos: será que estamos prestes a um colapso no mundo das redes sociais?

Vamos aguardar os próximos capítulos e ver o que nos sobra.

segunda-feira, 26 de setembro de 2022

Você sabe com o que o Joatan trabalha?

Talvez um dos principais desafios dos profissionais de TI é explicar as pessoas que não são da área sobre o seu trabalho. Normalmente o pessoal associa como alguém que conserta coisas. No fundo, não deixa de ser, mas é bem mais complexo que isso.

No meu caso, quando eu trabalhava como técnico em informática era fácil de explicar: o menino da TI que conserta os computadores. Depois, quando fui trabalhar com suporte e infraestrutura, complicou um pouco, pois eu acabava me envolvendo com tecnologias e mecanismos que não fazem parte tanto do cotidiano técnico de quem "arruma computador", mas ainda era OK de falar sobre isso. Mais tarde, quando fui trabalhar com gestão de serviços de TI, daí a situação ficou tensa: no geral, as pessoas nem imaginam – há inclusive pessoas de TI que não fazem ideia da existência dessa função – e que esse tipo de serviço existe e é de suma importância para uma empresa.

Agora, já vai fazer quase 1 ano que estou trabalhando como consultor de treinamentos de uma plataforma chamada ServiceNow. Há muita gente – e mais uma vez, incluindo pessoas de TI – que não fazem ideia da existência do ServiceNow. E muito menos consideram a necessidade de haver treinamentos para isso, visto que não conhecem a dimensão da solução. Face a isto, a seguir, compartilho dois vídeos feitos para explicar sobre o que é ServiceNow e sobre o ecossistema da solução em termos de produtos e funcionalidades.

O que é ServiceNow?


Conheça o mapa de capacidades do ServiceNow

Perceba que o ServiceNow é muito amplo. Portanto, é humanamente impossível alguém conhecer profundamente a solução de ponta a ponta. Acho difícil haver um especialista que conheça em detalhes toda a gama de produtos e soluções oferecidas.

Entretanto, sempre há um começo. A pessoa inicia aprendendo o básico da ferramenta, como configurá-la e administrá-la no seu sentido mais generalista. Depois, pode se aprofundar em mais dois ou três produtos, por exemplo. No meu caso, eu sei como administrar o funcionamento do ServiceNow – na sua forma geral. Sou certificado e tenho habilitação para ministrar o curso ServiceNow Fundamentals. Além disso, como também conheço de ITSM (sigla em inglês para gestão de serviços de TI), tanto no contexto geral – não especificando ferramenta "A" ou "B", – também fui avaliado e consegui permissão para conduzir treinamentos de ITSM Fundamentals.

Então é isso. Agora você já tem uma ideia com o que eu trabalho. Quando nos encontrarmos, você até pode me perguntar sobre a melhor marca ou modelo de notebook para comprar, mas como já há alguns anos que eu não acompanho mais isso com tanto afinco, minha resposta será meio vaga 🤷‍♂️. No entanto, se me perguntar sobre ServiceNow, certamente poderei te ajudar mais. 😊

domingo, 25 de setembro de 2022

Colinha de Cãodidato para 02/out/2022


Esse é o único perfil de candidato em que eu votaria com a certeza de estar fazendo uma boa escolha 😊. Eles não te roubam, não traem a tua confiança, são sinceros – OK, algumas vezes um pouco interesseiros 😆 –, mas sentem um amor incondicional pelas pessoas que convivem com eles. 🐶🐾