Na
Quinta Literária de hoje temos dois textos baseados em um exercício envolvendo metáforas. As publicações são de autoria da
Bibiana Haubert, e mais uma vez agradecemos a estimada amiga pela colaboração. Seguem as produções:
Texto animal
Acordando mais um dia nesse lugar que é uma selva. Onde os mais fortes sobrevivem e os mais fracos... Bom, você sabe o que acontece com eles.
Já ouço o rugido de alguns parentes acordando. E o barulho de folhas e árvores balançando com o vento e com o movimento daqueles que já estão de pé.
Tenho sede. Vou me aproximando de uma poça para beber água. Enquanto mato a minha sede, avisto algo grande o suficiente para matar a minha fome. Droga, aquele veado percebeu o que estou pretendendo! É hora de correr, molho meus belos pêlos na poça e corro em sua direção. A presa é ágil, mas eu também sou. Com um pulo, minhas afiadas garras e meus afiados dentes o atinge. Pronto, consegui, o estômago está calmo novamente. A medida que vou me afastando, vejo que os urubus se aproximam. São uns aproveitadores mesmo. Mas é assim que funciona, eu faço o trabalho sujo e eles terminam.
Acho uma sombra de árvore e descanso. E lá se foi mais um dia nessa selva.
Texto pessoa
Acordando mais um dia nesse lugar que é uma selva. Onde os mais fortes sobrevivem e os mais fracos... Bom, você sabe o que acontece com eles. Já ouço o barulho de alguns vizinhos acordando, e do movimento de quem já está na rua. Chegando no trabalho, sinto sede, preciso de café. Vejo que a térmica já está no final. Preciso daquele último gole. A medida que vou me aproximando, vejo que o Fábio se aproxima. Droga, aquele veado percebeu o que estou pretendendo! É hora de correr! Acelero o passo e vou em sua direção. Ele é ágil, mas eu também sou. E com um passo largo, minha mão atinge seu ombro, puxando-o para trás, alcançando assim meu objetivo e me servindo da última xícara de café. Mas antes de terminar, aparece Jorge, já colocando sua xícara na minha frente e me obrigando a servir um pouco para ele também. É um aproveitador mesmo. Eu faço o trabalho sujo e ele termina.
E assim começa mais um dia nessa selva.
Aproveitamos também a oportunidade para parabenizar todos os escritores pelo seu dia, o qual celebramos ontem, 25 de julho, pois sem dúvidas, sem a literatura, o mundo seria demasiadamente sem brilho.