Toda a mudança gera tensão. O desconhecido assusta. Causa pavor. Em algumas
pessoas provoca a resistência e em outras a descrença. Foi assim nos episódios
datados pelas
Revoluções Industriais
ao longo da história,
quando a classe operária supôs que a máquina fosse sua inimiga, vindo para derrubar os postos de trabalho com a redução da mão de obra
humana. De uma forma literal, sim. Mas do mesmo jeito que a tecnologia substituiu
trabalhadores em atividades manuais, ela também gerou novas oportunidades de
emprego, que foram aproveitadas pelos profissionais que se qualificaram e
souberam se adaptar.
4ª Revolução Industrial
Há quem diga que estamos passando pela
4ª Revolução Industrial. Assumimos que os computadores — que surgiram na Revolução passada — agora já se encontram enraizados na nossa cultura. Portanto, camadas mais profundas, contudo, fundamentadas na computação, tomam o lugar de protagonista, destacando: os dados — big data — e a
inteligência artificial (IA) — machine learning —, apoiados por uma
série de outras tecnologias que se propõem a automatizar processos e rotinas operacionais.
Em linhas gerais, até hoje, pelo que se sabe, a humanidade sobreviveu ao
poderio da industrialização. Porém, será que dessa vez será diferente?
O autor e palestrante,
Arthur Igreja, em
um post recente no seu Instagram, acredita que não, afirmando que o que se vem presenciando, não se trata de
uma corrida entre pessoas e IA, visto que as características de uma máquina e de
uma indivíduo são essencialmente diferentes.
Humanos + Inteligência Artificial, baseado na argumentação do livro AI 2041: Ten Visions For The Future
No quadro acima, percebemos que tratando-se de volume de dados, o cérebro
humano perde para IA, e da mesma forma, segue atrás quando se fala em identificação
de padrões e agilidade na tomada de decisões complexas. Entretanto, a massa
cinzenta sai na frente no que diz respeito a conceitos abstratos, raciocínio
analítico e criatividade, por exemplo.
Com isso, Arthur vai além, refletindo que inteligência está intimamente conectada à
integridade humana, enquanto o artificial é o que diz respeito aos robôs.
Automatização e novas oportunidades
Segundo um estudo realizado pela Universidade Oxford,
estima-se que 47% dos empregos atuais serão automatizados nos próximos anos.
Em compensação,
133 milhões de novos empregos serão criados pela digitalização, conforme o relatório
Future of Jobs (2018), apresentado no Fórum Econômico Mundial.
E o que isso quer dizer? Bom, significa que na medida que
tarefas repetitivas — que apresentam um padrão contínuo de execução — são
automatizadas, cada vez mais os seres humanos serão demandados para atividades
que exijam capacidade de pensar, refletir, criar, melhorar e adaptar, pois, é
isso que nos difere das máquinas e são essas habilidades que nos manterão
ativos e relevantes em um mundo cada vez mais digitalizado. Sendo assim, por mais perfeito que os algoritmos possam ser, com resiliência e adaptação, certamente passaremos bem por mais essa Revolução.