Antes de qualquer coisa, gostaria de declarar que a percepção que exponho aqui nesse texto não se trata de fruto de uma grande pesquisa baseada em diversas análises. Também não é baseado em algo que uma figura relevante falou – talvez alguém até possa ter falado, mas eu não vi nada sobre isso. O que eu escrevo aqui, trata-se de uma percepção minha, baseado na minha vivência. Pode ser que você vai ler e não faça sentido algum, o que está tudo bem. Porém, talvez você vai concordar comigo, o que me faz pensar que minha visão tenha algum fundamento e isso seria interessante.
Modelo Ágil
Tenho a impressão de que há alguns anos – começando mais ou menos 5 ou 6 anos atrás – o termo da moda em muitas empresas – principalmente do ramo de tecnologia – foi agilidade, como um termo derivado do conceito de Modelo Ágil para desenvolvimento de produtos.
Parece que nesta época, toda a empresa queria dizer que estava se adaptando a esta nova realidade, muito por conta de um outro tema chamado de Transformação Digital, que foca na automação de processos, colocar o cliente no centro e adaptação rápida as mudanças. A onda da agilidade adentrou as companhias, começando pelas equipes de desenvolvimento de software – e por consequência produtos – e depois foi contagiando as demais áreas da TI – e até mesmo fora dela – chegando em outros departamentos, como Administrativo, Finanças e RH, por exemplo.
O Manifesto Ágil – que de certa forma originou o Modelo Ágil – não é algo recente. Foi instituído em 2001, mas as empresas resolveram falar mesmo disto quase duas décadas mais tarde.
Na maioria das organizações parece que o tal do ágil deu certo. Quem adotou, colheu e segue colhendo os frutos disto. E hoje ainda se fala muito nesta prática. Novos cargos foram criados, como Scrum Master e Product Owner, por exemplo. Estas funções até já existiam, porém, não se ouvia falar muito a cerca de uma década atrás.
Inteligência Artificial
Com o surgimento do ChatGPT no final de 2022, a Inteligência Artificial (IA) caiu na boca do povo. Não só no meio corporativo, mas muitas pessoas correram para usar o Generative Pre-trained Transformer (GPT), que combinado com um mecanismo de troca de mensagens, torna-se um chatbot. Esse pessoal descobriu que isso se tratava de IA.
As empresas começaram a perceber a infinidade de oportunidades e benefícios que se pode extrair com a adoção da IA na sua rotina – e começaram a mapear diferentes formas de uso – e incentivar sua adoção.
A Inteligência Artificial não é algo novo. Muito antes dos computadores assumirem sua forma e uso atuais, a IA já era discutida no meio computacional. Há indícios de que o termo foi utilizado pela primeira vez no final da década de 1950. Basta pesquisar pelo seu surgimento.
A corrida para utilização da IA está grande. Há quem afirme que além desta tecnologia ter vindo para ficar – também complementa com a provocação de que quem não se adaptar a ela e aprender a utilizá-la, não terá mais espaço no mercado – isso falando tanto para um indivíduo, como profissional, quanto para as próprias empresas.
Modelo Ágil vs. Inteligência Artificial
Não há uma relação direta entre Modelo Ágil e IA, apesar de ser possível afirmar que a IA pode facilitar as práticas ágeis de desenvolvimento com a automatização de algumas atividades que o time de desenvolvimento realiza, por exemplo, pois enquanto uma – no caso, a IA – é tecnologia aplicada na prática, a outra – o Modelo Ágil e seus métodos, – trata-se de conceitos e processos.
A minha proposta com essa postagem não é comparar uma coisa com a outra. Meu
intuito é lembrar que de tempos em tempos, a tendência muda e as empresas – e por consequência as pessoas – são induzidas a estudar e se atualizar sobre o assunto do momento. Entretanto, um assunto não anula o outro. Tudo continua sendo relevante, mas sempre há temas que se destacam.
Pesquisa pelo termo "Modelo Ágil" no Brasil ao longo dos últimos 5 anos conforme o Google Trends
Pesquisa pelo termo "Inteligência Artificial" no Brasil ao longo dos últimos 5 anos conforme o Google Trends
Sendo assim, pelo que falamos aqui, há alguns anos o hype foi a Agilidade e hoje é a IA. Mais uma vez, ressalto que um assunto não anula o outro. É a esteira do conhecimento que desenvolve e aprimora constantemente as pessoas e as organizações. Tudo se completa.
Mas e aí, qual será o tópico da moda daqui a 5 anos?