Publicado em 2013, O Projeto Fênix, respondendo pelo título original em inglês,
The Phoenix Project: A Novel About IT, DevOps, and Helping Your Business
Win, foi um livro escrito por Gene Kim, Kevin Behr e George Spafford.
Como a própria obra traz no subtítulo – Um romance sobre TI, DevOps e sobre
ajudar o seu negócio a vencer – trata-se da narrativa de Bill Palmer, um
gestor de TI, que do dia para noite, se vê promovido ao cargo de
head de operações de TI da Parts Unlimited, uma grande indústria de
peças automotivas. Junto da sua nova posição, Bill recebe das mãos do CEO da
empresa, o desafio de colocar em produção o Fênix, um projeto dado como
mandatório para que a organização reconquiste seu valor no mercado.
Ao assumir a nova posição, o personagem depara-se com uma TI totalmente
desorientada. Alguns exemplos da situação encontrada refletem em processos
ITIL não sendo seguidos, não conformidade com auditorias e regulatórios,
profissionais sobrecarregados e um backlog de atividades confuso,
constantemente em conflito com prioridades internas e de negócio.
Além da situação descrita, Palmer percebe que durante as tentativas de
implementação de funcionalidades em sistemas e produtos corporativos, o
desalinhamento entre desenvolvimento e operações de TI é nítido – e isso sem
falar na baixa qualidade das entregas e a ausência no cumprimento de
requisitos não funcionais.
No desenrolar da trama, o líder é apresentado a um consultor, que ao longo da
sua jornada junto deste figurão, descobre que a TI tem muito mais um comum com
a esteira de produção de uma fábrica, do que ele poderia imaginar. E com isso,
lições valiosíssimas são aprendidas, comportamentos estes que vão ao encontro
do que no livro eles chamam de “3 maneiras” e “4 tipos de trabalho". Juntamente disso, inúmeros outros aprendizados que promovem a TI, de uma área isolada, para uma aliada estratégica do negócio, são apresentados.
E vale mesmo a leitura?
Sim, muito! Mas vou confessar: Já faz mais de um ano que eu estava com essa
leitura em andamento. Terminei semana passada. Logo no início, quando comecei,
apesar de não ocupar um cargo de gestão, me identifiquei tanto com a história,
que ao invés de estar me fazendo bem, acabava tendo um déjà-vu do que eu
observava e algumas vezes até mesmo vivia durante meu dia a dia no trabalho. E
isso me deixava desgastado e apreensivo, tanto que eu acabei parando de ler
por um tempo.
Certamente quem é de TI também vai se identificar com os relatos, pois a
abordagem é bastante realista, e apesar de nem sempre deixar tão explícita a
prática adotada, é possível perceber do que se trata. Um pouco também pode ser
a tradução, por sinal, essa sendo a minha única crítica, pois em alguns
momentos parece meio “dura”. No final do livro, após os agradecimentos, os
autores deixam registrado um guia dos recursos utilizados para construção de
todo a composição, o que certifica a legitimidade do conteúdo.