Somado a característica assumida no parágrafo acima, antigamente eu achava que precisava ser bom em qualquer coisa. Se pegava algo que eu nunca havia feito antes, me frustrava por não conseguir desempenhar a atividade de forma precisa e rápida. Então já viu, né? Quando eu tentava consertar alguma coisa e não conseguia, ficava bem chateado. Na verdade, isso ainda acontece um pouco, mas já estou mais convencido que é humanamente impossível ser bom em tudo.
You are not the fucking specialist, my friend.
Explico com um exemplo recente: a chave do carro.
Eu queria trocar a carcaça da chave porque a antiga estava feia e quebrada. Meu pai achou um modelo compatível, comprou e me deu de presente. Porém, ao invés de levar no chaveiro e pedir para ele fazer a troca, eu mesmo resolvi tentar. Afinal, abrir a chave, tirar o mecanismo de uma e colocar na outra é fácil. De fato, não é difícil. Eu consegui. Mas o problema é que ela é uma dessas chaves do tipo canivete e pra sacar a lâmina quando aperta o botão, tem uma mola que faz esse mecanismo funcionar. Descobri que é necessário dar pressão na mola antes de montar, se não, a lâmina não dispara e você precisa puxá-la manualmente. Contudo, quem diz que eu consegui fazer dessa maneira?
Chave velha e chave nova
A mola é muito pequena e não tenho habilidade suficiente pra isso. Eu não sou um chaveiro. Possivelmente ele faça algo semelhante com a chave dos carros dos seus clientes várias vezes em uma semana. Eu nunca tinha feito.
Vídeo onde mostro a mola sem pressão
O que eu quero dizer com este texto é que se você quer algo perfeito, leve
para um profissional. Ele vai saber como resolver – pelo menos deveria.
Afinal, trata-se de uma pessoa que estudou, se qualificou e que possui a
técnica necessária. Caso contrário, se achar que pode fazer, faça. Mas saiba
que provavelmente não vai ficar do jeito que uma pessoa especializada faria. E
está tudo bem. Conforme-se com isso. Cada é bom na sua área de atuação – no
seu quadrado – isso é da vida. É assim mesmo.
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