Há quase 2 anos, passadas algumas semanas do início da quarentena e do home office, a firma contratou uma palestra de uma pessoa bastante influente no meio corporativo e no ramo de consultorias. Não vou comentar quem é a fim de não a expor, já que afinal, eu admiro o seu trabalho e concordo com a maioria dos seus pontos de vista – e talvez ela nem lembre que tenha falado isso, mas ficou na minha cabeça. Na ocasião ela afirmou que "enviar E-mails não é trabalho", sugerindo que há profissionais que se orgulham de encerrar o dia tendo enviado, por exemplo, 20 E-mails e acham que trabalharam muito na ocasião.
Existem muitas controversas em relação a E-mails. Geralmente eles provocam frustração nas pessoas. Muita gente não dá conta de manter a sua caixa de entrada "limpa" e organizada, pois normalmente o ritmo de leitura das mensagens é inúmeras vezes menor que a velocidade com que novos itens chegam. Além disso, tem também quem defenda o uso de outras ferramentas e estratégias de comunicação. No entanto, verdade seja dita: todo mundo recebe e envia E-mails diariamente – talvez em alguns dias o fluxo seja maior ou menor do que em outros, porém, mais cedo ou mais tarde, pelo menos um E-mailzinho a pessoa vai ler ou escrever naquele dia.
E aí, eu penso: escrever E-mails não é trabalhar? Quem escreve um E-mail é porque tem algo a ser dito e quem recebe um E-mail é porque precisa saber sobre determinada informação. Já faz um bom tempo que penso nisso, mas há alguns dias, quando passei uma parte da minha tarde escrevendo dois E-mails importantes, me voltei a este ponto.
É claro que muitas vezes um cafezinho pode substituir uma troca interminável de E-mails, ou chamar a pessoa no Teams, para questionar sobre determinado assunto pode ser muito mais eficiente do que escrever um E-mail e ficar por dias esperando a resposta. Contudo, tem muita informação que precisamos expor – colocar no papel mesmo – até para mais tarde nós sabermos o que foi dito ou definido em determinada reunião ou sobre certo assunto, e o E-mail é um mecanismo para isso.
Nos envolvemos tanto em diversos assuntos durante uma semana e nem sempre conseguimos resolvê-los rápido. E-mails podem ser úteis para fins de histórico, rever o que foi discutido e decidido. Portanto, não julguemos os E-mails e muito menos afirmemos que "enviar E-mail não é trabalho". Certamente o expediente não pode se resumir em apenas redigir E-mails – coisas precisam ser executadas e resolvidas no meio disso – mas enviar E-mails também é peça do ofício, com certeza!
Nenhum comentário:
Postar um comentário