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quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Raspberry Pi: Um videogame com a RetroPie

Logo quando comecei a brincar com meu Raspberry Pi, li alguns relatos de gente que dizia transformar o computadorzinho em um videogame, rodando jogos clássicos de NES e SNES. Eu achava um máximo, mas sempre pensei que seria uma tarefa complicada, muita escovação de bits e quebração de cabeça. Então nunca investi no tema. Porém, esses tempos conversando sobre o assunto com um colega do trabalho, encontrei uma postagem bem completa no blog Papo de Homem detalhando o processo, o que pareceu ser bem simples, embarcando a RetroPie, uma distribuição (fork do Raspbian, o principal sistema operacional pra Raspberry Pi) totalmente preparada para emular diversos consoles no Raspberry. Isso caiu como um luva pra sanar meu antigo desejo, pois o projeto funciona fantasticamente bem.

RetroPie

Raspberry Pi 1 (modelo B)

Na configuração do meu, segui o tutorial que mencionei (por sinal, parabéns ao blog Papo de Homem, muito bom), por isso, não vou relatar todos os passos aqui, exceto quanto a transferência de jogos, pois enquanto é orientado a cópia utilizando um pendrive, eu faço isso via rede, o que é bem mais prático. Para isso, logo após "subir" a RetroPie, espetei um cabo de rede na porta LAN do Raspberry, e sem configuração alguma, ele já recebeu um IP válido e consegui acessar a estrutura de pastas via compartilhamento de rede. Dessa forma, basta você baixar as ROM's dos repositórios de sua preferência (claro, faça isso apenas se você possuir os respectivos cartuchos) e copie o arquivo para a pasta do emulador correspondente.

Estrutura principal de pastas compartilhadas pela RetroPie

Pastas dos emuladores

Em seguida, basta reiniciar a plataforma de emulação (Emulationstation) e os jogos copiados já estarão disponíveis, bastando navegar até o menu do seu emulador.

Vale lembrar dos comandos principais mencionados no tutorial: SELECT + START você vai usar muito quando estiver "zapeando" entre os joguinhos e quase nem vou comentar sobre SELECT + R2 e SELECT + L2, já que é um cheat não muito comum quando a gente era criança, mas MUITO interessante.

Ressalto também o "Scraper", visto que essa é uma funcionalidade na qual você pode embelezar um pouco mais o seu RetroPie, carregando imagens e descrições para os jogos (eu não fiz no meu, mas pelo jeito fica legal).

Abaixo tem um vídeo que gravei repassando um overview da RetroPie já funcionando:


Ficou interessado? Bom, junta uns trocados aí, compra um Raspberry Pi (por pouco mais de R$ 200 reais no Mercado Livre é possível adquirir a terceira geração do "carinha") e parte pra jogatina também!

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Uma visão geral do primeiro dia no FISL 14

Apresentar o FISL é totalmente desnecessário por aqui. Esse já é o quinto ano consecutivo que participo do evento, iniciando lá no FISL 10 e agora no FISL 14, e desde que criei o blog, todo o ano deixo minhas impressões registradas aqui.


Considerando que o evento sempre ocorre no mesmo espaço, a primeira sensação que tive quando entrei na área dos expositores foi um tanto frustrante; arrisquei comentar que haviam feito um printscreen do layout passado, colado e copiado os estandes dos mesmos expositores para os mesmos lugares que já ocuparam na edição anterior. Na realidade, acabei sendo um tanto precipitado, pois além de parcerias clichê como a Caixa Federal não estarem sendo representadas pelas belas modelos servindo café grátis com um espaço próprio, alguns locais mudaram de lugar, como a área multiuso e as bancadas reservadas para os grupos de usuários e os telecentros, agrupando tudo em um mesmo espaço de "lazer".

 Área destinada aos Grupos de Usuários e Telecentros

Para o primeiro dia, a rotina foi bastante puxada, pois dediquei boa parte do tempo nas palestras, envolvendo assuntos disputados e bem aceitos pelos participantes. Como o foco não é comentar cada palestra, faço destaque para três delas, as quais eu consideraria como tops entre as que assisti; a primeira é "Desenvolvimento de Negócios Inovadores com Software Livre", ministrada por Dionara de Oliveira. O assunto chave basicamente foi o empreendedorismo, virtude que em tese não falta no mercado atual, mas na prática poderia ser bem mais explorada. Dionara ressaltou pontos que empreendedores e aspirantes deveriam seguir, como foco (saber para onde está seguindo), não ter medo de admitir que está sentindo medo, saber desenvolver as qualidades e não somente pensar em corrigir os defeitos e traçar um seguimento de mercado da forma mais específica possível. O segundo destaque faço para a palestra "Automação Residencial com Android, Arduino e Raspberry Pi", ministrada por Diego Guimarães e Tiago da Silva, uma dupla já veterana no evento, trazendo sempre suas palestras envolvendo eletrônica e sistemas embarcados. Os caras não só mostraram como pode ser possível automatizar um sistema de iluminação, oferecendo comunicação através de uma placa Arduino, conectada em uma rede Ethernet, possibilitando o controle por uma aplicação para Android, assim como provaram que manjam do negócio quando implementaram XBMC em um Raspberry Pi, transformando em um mídia center, mas ao mesmo tempo, trabalhando com scripts que são capazes de interpretar feeds, buscar arquivos de vídeo (no caso, séries de TV) automaticamente no momento em que um novo episódio é disponibilizado, copiando tudo para um HD externo conectado em uma das portas USBs do Raspberry. A terceira referência faço para a "LaTex como Linguagem de Programação", ministrada pela Melissa Weber Mendonça, uma matemática por formação, mas que gosta de explorar os paradigmas de programação. Apesar da abordagem ter ocorrido de forma mais técnica, para alguém que na prática nunca viu ou programou o LaTex, até que pra mim não foi tão difícil. Basicamente, LaTex é um sistema (ou conjunto de definições) que podem ser utilizados para definir previamente a formatação de um texto, programando as tags e marcações referentes, compilando assim um resultado final, o que acaba sendo a formatação.

Automação Residencial com Android, Arduino e Raspberry Pi

O FISL é um evento multiuso, multiplataforma e multiusuário, o lugar ideal para discutir, criar e difundir ideias e conhecimentos. O evento continua e na medida do possível, vou publicando mais material.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Raspberry Pi: Primeiros Passos

A pouco mais de um ano atrás, começamos a ouvir falar sobre uma plaquinha eletrônica pouco maior que um cartão de crédito, com um processador ARM embutido e algumas dezenas de memória RAM, na qual, seria possível instalar e rodar um sistema operacional inteiro, nada muito sofisticado, mas o suficiente para atender um uso moderado. Estamos falando dos famigerados Raspberry Pi.


Esses minicomputadores, se é que podemos chamar assim, realmente surpreendem os olhos de quem vê pela primeira vez. No início foi lançada uma linha de modelos mais básicos, denominados Raspberry Pi A, oferecendo menos recursos, mas de qualquer forma inovadores. Mais tarde, foi lançada a versão B, utilizando basicamente a mesma configuração, a qual é composta por um processador ARM11 com 700 MHz de frequência, 512 MB de memória RAM, duas conexões USB, uma conexão Ethernet, uma saída HDMI, uma saída de vídeo RCA, uma saída de audio no padrão de 3.5mm, uma entrada para cartão de memória no padrão SD e uma saída microUSB para alimentação. A diferença entre as duas opções de modelos, faz referência ao fato do modelo A possuir apenas uma conexão USB e nenhuma porta Ethernet. Vale lembrar que o Raspberry utilizado nos testes realizados para a edição dessa postagem foi o modelo B.


 
O conceito de instalação e configuração do Raspberry Pi é muito simples. Pra começar, tudo o que vai ser necessário durante o processo pode ser encontrado no endereço oficial do projeto http://www.raspberrypi.org/, oferecendo inclusive um passo a passo em formato PDF (além de um um fórum para tirar dúvidas e um tópico já em discussão sobre o assunto. Assim, provavelmente até a sua avó poderia realizar a instalação, tornando essa postagem quase inútil, mas enfim.

O primeiro passo é instalar no seu computador um aplicativo para cópia de arquivos bit a bit. Linux Users adoram o tal do dd, já os "WINdistas" podem ficar com o Win32 Disk Imager. Como o Raspberry não possui BIOS, o sistema operacional deve ser instalado em um cartão de memória SD com no mínimo 2 GB de espaço, a partir de outro computador, portanto, vai ficar a cargo desses aplicativos a cópia dos arquivos para o cartão. Mas quais arquivos?

Bom, na área de downloads do endereço citado acima, é possível encontrar uma gama de sabores de distribuições Linux compatíveis com o Raspberry. Indicado para iniciantes (não que você seja noob, apenas quer dizer que você está iniciando com o Raspberry) é o Wheezy, baseada em Debian.


Estando com o Win32 Disk Imager ou o dd e o Wheezy baixados, está na hora de copiar os arquivos para o cartão. Antes de tudo, esteja certo de que seu cartão está formatado no padrão FAT32, e não preciso dizer que caso houver algum arquivo armazenado, ele será perdido. Conforme o exemplo abaixo, utilizando o Win32 Disk Imager, selecione a unidade referente ao cartão de memória que será utilizado, indique o local onde o arquivo em formato ISO do Wheezy foi baixado e clique em "WRITE". O processo de cópia será iniciado, levando no máximo 5 minutos.

clique na imagem para ampliar

Finalizada a cópia, uma mensagem de confirmação será exibida. O próximo passo é espetar o cartão, conectar os demais periféricos ao Raspberry e apreciar a "magia" acontecendo na sua tela.

Durante os testes inciais que fizemos utilizando o Wheezy, usamos um teclado e mouse sem fio da Microsoft que funcionaram relativamente sem problemas, apesar de algumas vezes os comandos digitados não responderem com agilidade ou precisão, o que provavelmente foi causado devido a falta de algum driver ou configuração, diferente de quando utilizado um teclado USB convencional, que funcionou perfeitamente. Nos testes iniciais usamos um cabo com conexão HDMI transformando para DVI, conectado em um monitor LCD de 15 polegadas. Para alimentação foi usada uma fonte de 5V e 1.2A, pois a recomendação é não utilizar alimentação que ofereça menos de 700mA de corrente.
Ao inicializar o sistema, o mesmo será apresentado em modo texto, sendo necessário habilitar o ambiente gráfico através de um comando. Quando solicitado usuário e senha, no caso do Wheezy, digite "pi" para o usuário, seguido de "raspberry" para a senha. Para iniciar o modo gráfico, digite apenas "startx".

Como haviamos inicializado o sistema com a rede já conectada, logo acessamos a internet, funcionando sem problemas. Em seguida, o classico "apt-get" foi usado para instalar o VLC Player, e em menos de dois minutos o processo estava concluído.


Considerando o Rasbberry como um projeto aberto, é possível pensar em inúmeras implementatações utilizando o dispostivo. Transformar a maquininha em um media center tem se tornado comum entre os entusiastas que não possuem uma Smart TV, devido a sua GPU que suporta a execusão de filmes em 1080p sem engasgos. Por isso, após a instalação e primeiras impressões com o Wheezy, resolvemos testar um sistema específico para transformar o device em central multimídia. Entre as opções apresentadas nesse tópico estão o Xbian, o raspbmc e o OpenELEC. Testamos o OpenELEC que funcionou sem problemas com a execusão de filmes a partir de um pendrive espetado em uma das interfaces USB. O próximo investimento provavelmente será um adaptador wireless USB para ser utilizado na rede, enquanto o Raspberry estiver na sala, conectado em uma antiga TV através da saída RCA.


O custo de um Raspberry Pi é realmente um forte atrativo. É possível encontrar o modelo B sendo vendido por US$ 35 dólares no exterior, enquando o modelo A sai um pouco mais barato, US$ 25 dólares. Esse que utilizamos nos testes acabei pagando um pouco mais. Na eletrônica onde comprei, em Toronto no Canadá, ele estava sendo vendido por CAD$ 42 dólares. O prelo final saiu em torno de CAD$ 48 dólares devido as taxas. Mas mesmo estando no Brasil é possível conseguir em sites que fazem o processo de importação, em média gastando cerca de R$ 150 dólares.

Em breve teremos mais algumas postagens comentando outros detalhes e curiosidades em torno desse interessante dispositivo. Não deixe de acompanhar, compartilhando também seus comentários e quem sabe experiências.